O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados arquivou nesta terça-feira, por 11 votos a zero, o pedido de cassação do londrinense Alex Canziani (PTB), bem como os de outros três petebistas: Joaquim Francisco (PE), Neuton Lima (SP) e Sandro Matos (RJ). Canziani disse que irá processar o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, autor da representação protocolada contra ele e os colegas no dia 3 de agosto.
Um dia após renunciar ao seu mandato de deputado federal sob acusações de ser um dos operadores do Mensalão na Câmara, Costa Neto pediu a abertura de processo de cassação contra os quatro petebistas, alegando que os mesmos teriam se beneficiado de repasse ilegal de R$ 4 milhões feitos pelo PT ao PTB durante a campanha eleitoral do ano passado. Como o próprio presidente licenciado do PTB, deputado federal Roberto Jefferson, havia divulgado a transação entre as duas siglas, Costa Neto concluiu que os candidatos a prefeito pelo partido foram beneficiados pelos R$ 4 milhões, entre eles Canziani, que disputou o primeiro turno das eleições em Londrina. O PTB, que anteriormente havia pedido a cassação do líder do PL, considerou a atitude de Costa Neto como retaliação. Em sua defesa, Alex Canziani - além de considerar as acusações como "vagas e decorrentes de conclusões subjetivas" lembrou que Roberto Jefferson sustentou publicamente que ele não havia recebido qualquer ajuda econômica irregular em suas campanhas. Jefferson fez esta afirmação em pelo menos duas oportunidades: em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Mensalão e em debate na TV Tarobá, em Cascavel. O relator do processo de cassação contra Canziani e seus colegas, deputado Nelson Trad (PMDB-MS) escreveu: "Cuida-se de representações amparadas não em fatos, mas em ilações, em hipóteses, em possibilidades de agir imputadas, sem nenhuma prova, aos representados".
"Alívio"O deputado londrinense afirmou ter recebido a notícia sobre o arquivamento da representação com "alívio". "Nós vamos processar o Valdemar por danos morais, pela leviandade e irresponsabilidade e pela baixeza da sua ação", disse. Ele lembrou que o próprio relator sugeriu ao Conselho de Ética que processe o presidente do PL.
Canziani considerou que o processo prejudicou sua imagem. "Fui exposto nacionalmente ao lado de outros que realmente têm problemas e precisam ser punidos".
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