Brasília - Em carta encaminhada ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-DF), José Roberto Arruda, governador eleito do Distrito Federal, anunciou que não recorrerá da decisão que cassou o seu mandato por infidelidade partidária. Segundo Arruda, agora ex-governador, recorrer da decisão seria "prolongar o drama". "Concluí que posso ajudar mais Brasília, no seu aniversário de 50 anos, com a minha ausência do que com a minha presença. Responderei aos processos como cidadão comum, longe das paixões e dos interesses políticos. Saio da vida pública", afirmou em carta.
Após comunicar a decisão de Arruda, os advogados do ex-democrata voltaram a protocolar no Superior Tribunal de Justiça (STJ) o pedido de revogação da prisão dele. No documento foram anexados a carta e os laudos que comprovariam o estado de saúde debilitado do ex-governador além de ter problemas coronários, seu quadro depressivo estaria piorando.
Arruda é acusado, em inquérito da Operação Caixa de Pandora, de comandar e ser beneficiário do "mensalão do DEM", esquema de corrupção que envolve secretários de estado, assessores e deputados distritais. Ele está preso desde 11 de fevereiro na Superintendência da Polícia Federal por tentativa de suborno a uma das testemunhas do caso. O TRE-DF cassou o mandato de Arruda porque ele pediu desfiliação do DEM, legenda pela qual foi eleito, em dezembro de 2009, após a cúpula do partido ter anunciado que o expulsaria.
Na Câmara Legislativa, o processo de impeachment que corre contra ele deve ser suspenso. E o STJ não precisa mais de autorização do Legislativo para abrir ação penal contra ele. "Não tenho a culpa que querem me imputar. Suportei as pressões, as traições, os flagrantes montados, as farsas, as buscas e apreensões, os vazamentos de documentos para fomentar o escândalo, o abandono do Democratas, a prisão, 180 dias de inquérito, 40 dias de prisão. E até agora eu não fui ouvido uma única vez !", reclama Arruda, na carta.
Eleição
A Câmara Legislativa ainda não definiu a data nem os critérios da eleição indireta que vai escolher o novo governador e o vice, mas já tem uma candidatura: o corretor de imóveis e dirigente da entidade Política Sem Fronteiras, Darlan Rodrigues. Filiado ao PTB, Rodrigues afirmou que recebeu o apoio do senador Demóstenes Torres (DEM-GO) e se classifica como um "homem de bastidores.
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