O arsenal de guerra apreendido no Complexo do Alemão na última terça-feira pode ter sido fornecido pelo traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar. O assunto passou a ser investigado reservadamente pela polícia, depois que especialistas da Secretaria de Segurança constataram que as caixas verdes em que parte das 15 mil balas de fuzil estava guardada são iguais às apreendidas com munição, ano passado, num paiol do traficante em Pedro Juan Caballero. Na cidade paraguaia, que faz fronteira com Ponta Porã (MS), Beira-Mar estaria tentando reorganizar sua quadrilha, segundo a polícia do Paraguai.

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A operação da Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai foi deflagrada com ajuda da Polícia Federal brasileira. Beira-Mar, que cumpre pena em Catanduvas (PR), teria vendido o arsenal — cerca de 600 armas e uma grande quantidade de munição — para a facção que comandou atentados em São Paulo. Os bandidos daquele estado, segundo a polícia, são aliados de uma facção criminosa do Rio, a mesma que chefia o tráfico de drogas no Alemão.

Os policiais também notaram outra semelhança em parte da munição apreendida anteontem, de calibre 7,62, fabricada pela Companhia Brasileira de Cartucho (CBC) e usada em fuzis automáticos leves (FALs). As balas têm a mesma espessura dos projéteis (também calibre 7,62) recolhidos após ataques, em 2002, à prefeitura do Rio, à sede da Secretaria estadual de Direitos Humanos e a instalações policiais.

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No Paraguai, a apreensão só foi possível depois da prisão de dois acusados de integrar a quadrilha de Beira-Mar. José Vilanova Cavalcante e Jonathan Gimenez estavam num hotel em Pedro Juan Caballero.