Em 2006, poucos políticos se destacaram e mantiveram seus nomes em alta perante a população. Mas alguns, que tiveram um bom desempenho eleitoral ou surpreenderam as expectativas, tornaram-se promessas políticas para as eleições que virão, seja para 2008 na sucessão municipal, ou 2010, para a estadual e federal. Em 2007, precisarão de fôlego para manter seu nome de forma positiva na percepção dos eleitores.
Em ascensão:
Um político dos bastidoresAlexandre Curi, deputado estadual, 23 anos.
Quando assumiu a vaga na Assembléia Legislativa, em 2002, muitos diziam que Alexandre Curi viveria à sombra do avô, Aníbal Khury, deputado e presidente da Casa por anos. Mas bastou apenas um mandato no Legislativo para Alexandre ganhar vida própria. Tanto é que foi o deputado estadual mais votado neste ano, alcançando 131.988 votos.
Conhecido como um hábil articulador político, Curi é candidato a primeiro-secretário da Assembléia Legislativa para o período 2007/2008. Será o responsável pelo controle da verba do parlamento. E já pensa na candidatura à presidência da Casa em 2009. Para chegar a essa posição tão rapidamente, diz que aprendeu tudo de política com o avô. "Está no meu sangue. E meu avô me ensinou a ouvir mais do que falar. Sou um político de bastidores." Ele praticamente só faz política. Não tem nenhum hobby, a não ser uma partida de futebol uma vez ou outra. E sempre com assessores e companheiros do ramo político. Outro fator que o fez forte junto aos demais parlamentares é a proximidade com o governador Roberto Requião. Embora não seja nem líder do governo na Casa nem líder do PMDB, ele é uma espécie de porta-voz do Palácio Iguaçu no parlamento e junto à imprensa.
Deputado bom de votoGustavo Fruet, deputado federal (PSDB), 43 anos.
Filho do ex-prefeito de Curitiba Maurício Fruet, Gustavo Fruet (PSDB) ganhou notoriedade por seu trabalho no Congresso Nacional. Não é toa que foi considerado o segundo melhor deputado federal do Brasil em 2006, ficando atrás apenas de Fernando Gabeira (PV). Suas atuações na Comissão Parlamentar de Inquérito dos Correios lhe deram ainda mais moral junto ao eleitor, o que refletiu em 210.674 votos nas últimas eleições, sendo o candidato à Câmara Federal mais votado no Paraná. Fruet segue para seu terceiro mandato como deputado federal. A postura séria, de poucos sorrisos e o jeito tímido e calado têm justificativa: pensar para agir. Frio em sua análises e críticas, Fruet herdou do pai uma história de respeito pela população. Trabalhar e estudar é um lema em sua carreira. Com a experiência adquirida em Brasília, Gustavo Fruet analisa que chegou a hora de alçar novos vôos na profissão. Um cargo no Executivo, seja como prefeito de Curitiba que ambiciona faz tempo , ou até governador, faz parte de seus planos para um futuro bem próximo. Foi esse, afinal, o motivo de ele ter saído do PMDB em 2004 e se filiado ao PSDB. O PMDB vetou suas chances de disputar a prefeitura da capital. "Penso em um futuro no Executivo. Mas tudo tem sua hora. O Beto Richa é um candidato natural em 2008."
Salto alto no bom sentidoGleisi Hoffmann, gestora pública e financeira, 40 anos
Esposa do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, a petista Gleisi Hoffmann levava uma carreira de gestora pública, mas longe de cargos eletivos. Foi secretária estadual do Mato Grosso do Sul, pela sua capacidade e especialização em finanças públicas, e atuou como diretora financeira da Itaipu Binacional. Antes tinha sido secretária municipal de Gestão Pública de Londrina. No ano passado, no entanto, resolveu apostar na vida política e lançou-se candidata ao Senado tendo como principal adversário o já senador Alvaro Dias (PSDB).
Pôs o salto alto, no bom e literal sentido, e foi pedir votos pelo Paraná. Chegou ao fim das eleições como a grande surpresa de 2006. Fez 2,2 milhões de votos e, por pouco, não derrotou o adversário tucano, que obteve 300 mil votos a mais que a petista.
Com esse resultado, não tem mais como fugir do mundo da política e é o grande nome do PT para disputar a prefeitura de Curitiba em 2008. Ela prefere ser cautelosa sobre esse assunto, mas não nega a possibilidade.
A vaidade feminina foi mantida durante a disputa e não a atrapalhou junto ao eleitorado. Nunca escondeu que gosta de estar bem produzida e bem vestida, como não esconde suas pretensões de ter um grande sucesso na carreira política.
O articulador da bancadaRodrigo Rocha Loures, deputado federal eleito (PMDB), 40 anos.
Quando o governador Roberto Requião (PMDB) assumiu a administração estadual em 2003, Rodrigo Rocha Loures era um forte empresário no Paraná. Ninguém entendeu o motivo de ele aceitar o cargo de chefe de gabinete no Palácio Iguaçu e ficar sempre ao lado de Requião. Rocha Loures, filho do presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), que tem o mesmo nome, assumiu a função. Destacou-se pelo fato de atender bem a todos os que o procuravam querendo acesso ao governador. Gaba-se de nunca ter deixado ninguém sem atendimento. E mesmo após ter saído do posto de braço direito de Requião, continuou ao lado do ex-chefe, o que irritou muita gente.
Por que um homem com uma vida calma e sem a necessidade financeira de um cargo no governo aceitou uma função no Palácio Iguaçu? Neste ano veio a resposta. Rocha Loures se elegeu deputado federal pelo mesmo partido de Requião com 89.204 votos. Agora, promete ser o grande articulador entre a bancada federal do Paraná em Brasília e o governador. E para os próximos anos, projeta a realização de um sonho ainda maior: ser prefeito de Curitiba. Para isso, tem total respaldo de Requião.
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