Nas declarações públicas, a promessa de que o PMDB não vai retirar o apoio à presidente Dilma Rousseff. Nos bastidores, uma intensa negociação para afastar o partido do Planalto, num claro indicativo de que parte expressiva dos peemedebistas trabalha pelo impeachment de Dilma.
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Leia a matéria completaEsse foi o dia do vice-presidente Michel Temer (PMDB). No início da tarde da quarta-feira (9), em rápida entrevista à imprensa, negou que o PMDB abandonará Dilma. Perguntado sobre isso, fez um gesto negativo com a mão. Apesar das divergências do partido com o Planalto, segundo informações de bastidores, ele reiterou essa informação em encontro que teve na noite da quarta com a presidente. A Dilma, o vice também teria assegurado que não irá trabalhar pelo impeachment, embora também não vá se envolver publicamente na defesa da presidente.
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Apesar disso, Temer deu alfinetadas no Palácio do Planalto durante o dia. Antes da reunião, afirmou que o país vive uma “normalidade democrática extraordinária” – governistas vêm alegando que o processo de impeachment é um golpe. O vice também disse que foi “legítima” a votação da Câmara para escolher a comissão que analisará o impeachment – sessão que foi suspensa pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Governistas consideram que a votação foi ilegal, ao contrário do que diz Temer.
Romaria ao Jaburu
O vice passou boa parte do dia reunido com caciques do PMDB no Palácio do Jaburu, residência oficial do vice.
Senadores da sigla que se reuniram com Temer saíram do encontro afirmando que o vice estará “pronto” para assumir a Presidência caso haja o impeachment de Dilma. “O vice-presidente não fará qualquer tipo de movimento, mas, se a conclusão dos fatos, de acordo com o que determina a Constituição, revelar a decisão do Congresso brasileiro na direção de sucessão natural, ele naturalmente estará pronto em face das responsabilidades constitucionais que tem”, afirmou o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES).
Pouco antes, Temer se reuniu com deputados do PMDB para chancelar a escolha do novo líder do partido na Câmara, Leonardo Quintão (MG).A escolha de Quintão é mais uma derrota de Dilma na Câmara. Integrante dos dissidentes do partido, favoráveis ao impeachment, Quintão substitui Leonardo Picciani (RJ) – aliado do Palácio do Planalto.
Picciani foi destituído na quarta por 35 dos 67 deputados do PMDB.Os dissidentes reclamaram que ele só havia indicado peemedebistas governistas para a comissão do impeachment, recusando abrir espaço para quem defende a cassação de Dilma.
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