Ao colocar o conteúdo das 89 páginas do pedido do Ministério Público Federal à Justiça – conduções coercitivas e mandados de busca apreensão, na 24ª fase da operação Lava Jato – em um aplicativo que destaca a repetição das palavras, o que salta aos olhos são os focos da investigação. A chamada nuvem de palavra é um recurso que passou a ser usado com mais frequência a partir dos anos 2000, principalmente para analisar discursos políticos.
A análise exclui alguns pronomes, preposições e elementos de ligação, como “de”, “que” e “e”. Ao retirar as expressões comuns que não agregam significado expressivo, o que resta é a intensidade que as palavras foram usadas. No caso do texto do MPF, não resta dúvidas de que Lula era o alvo: são 414 menções ao ex-presidente. A segunda expressão mais citada foi OAS (227 vezes), construtora envolvida em escândalos da Lava Jato e que é suspeita de ter feito obras em imóveis que, mesmo indiretamente, eram usados por Lula.
Algumas palavras que já ganharam o imaginário popular – e muitas citações na internet – estão ressaltadas no texto do MPF. É o caso de sítio (137 vezes), instituto (132), apartamento (119), palestras (97), Atibaia (94), reforma (88) e Odebrecht (81). O reforço denota a intenção dos procuradores de estabelecer relações as construtoras, o Instituto Lula, as palestras proferidas pelo ex-presidente e as reformas no apartamento do Guarujá e no sítio em Atibaia. Também aparecem as expressões dinheiro (42 vezes) e eleição ou campanhas eleitorais (20).
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