A polícia descobriu que o assaltante que matou duas reféns neste fim de semana em Monte Alegre, no sertão de Sergipe, é menor de idade. Ao prestar depoimento nesta segunda-feira, a polícia afirmou que ele agiu de forma fria e disse que como a prisão era inevitável, resolveu matar as três reféns. A única sobrevivente escapou porque se fingiu de morta. Mesmo já baleadas, elas passaram quatro horas agonizando como reféns nas mãos do bandido.
O assaltante não tem passagem pela polícia, mas é suspeito de integrar uma quadrilha que age no estado. Como é menor, deve permanecer preso numa delegacia especializada para depois ser encaminhado a um centro de atendimento ao menor.
Francislaine de Almeida, de 11 anos, morreu na manhã de domingo no Hospital João Alves. Na noite de sábado, a adolescente Bruna Daniele Santana, de 17 anos, também não resistiu aos ferimentos causados pelos tiros e morreu a caminho do hospital. A dona da farmácia assaltada, Elissandra de Almeida, de 28 anos, foi atingida de raspão e passa bem.
Na tarde de sábado, dois homens armados entraram na farmácia e foram surpreendidos pela polícia. Houve troca de tiros, um bandido fugiu e outro fez as reféns. Segundo Elissandra, um dos criminosos foi atingido no ombro e atirou nas vítimas, mas continuou fingindo para a polícia que elas estavam bem. Durante as negociações, a irmã do assaltante e um morador da cidade foram chamados para tentar convencê-lo a libertar as reféns. Quando o bandido se entregou, a polícia, sem saber que as vítimas estavam feridas, socorreu o assaltante, levado em uma ambulância para o hospital.
O desconhecimento da polícia sobre a situação das vítimas privilegiou o bandido ferido. Enquanto a ambulância o atendia, as reféns tiveram de ser levadas ao hospital em um carro da polícia. A população de Monte Alegre tentou invadir o hospital para linchar o assaltante.
O secretário de segurança pública do estado defendeu a ação da polícia.
- Eu acredito que o motorista e os médicos que estavam na ambulância, quando viram as pessoas, pensaram que era para linchar aquele marginal - explicou Kércio Pinto, secretário de Segurança Pública de Sergipe.
No fim da manhã desta segunda-feira, foi enterrado o corpo de Francilane de Almeida, de 11 anos.
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