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O vigia de uma clínica veterinária Juarez José de Souza, de 29 anos, foi preso na noite desta terça-feira após confessar ter matado e ter cortado ao meio a empresária Edna Tosta Gadelha de Souza, de 51 anos. A metade inferior do corpo da vítima foi encontrada na noite de segunda-feira dentro de um saco plástico em frente ao número 667 Rua Sorocaba, em Botafogo. O vigia contou à polícia ter jogado um outro saco com o restante do corpo na Rua São Clemente, a poucos metros do 2º BPM (Botafogo).

O crime aconteceu por volta das 14h em um casarão, na Rua Bambina 165, onde funciona uma clínica veterinária de quinta-feira a domingo, a 120 metros da 10ª DP e a 50 metros da casa de festas de propriedade da vítima. Segundo a polícia, o motivo teria sido uma discussão há um mês. Edna teria estacionado seu carro em frente à clínica, onde Juarez era vigia há 18 meses. Ele teria tentado impedir, mas a empresária ignorou Juarez e manteve seu carro na vaga. Segundo o telejornal "RJTV", o vigia teria dito que se sentiu ofendido porque ela o chamou de magrinho.

Na segunda-feira, a vítima foi à veterinária para alugar o imóvel e instalar ali um consultório dentário para a filha dela, que está se formando em odontologia. Ela foi atendida pelo vigia, que lhe mostrou o imóvel.

Num momento de distração da empresária, Juarez bateu com um pedaço de mármore na cabeça de Edna, que desmaiou. Ele cortou o pescoço da vítima com uma faca. Esperou que o sangue escorresse e pudesse cortá-la ao meio com um serrote. Juarez contou ter levado quatro horas lavando a clínica. Só depois, por volta das 18h, levou as partes do corpo para despejar nas ruas. Ele disse à polícia que matou a empresária porque vinha sendo humilhado por ela.

Após ouvir várias pessoas sobre o crime, a polícia descobriu que Edna e Juarez tinham discutido. Havia outra informação, de que a última ligação feita pela empresária tinha sido em Botafogo. Uma equipe da 10ª DP foi até a veterinária e, após interrogar o vigia, obteve a confissão.

Juarez estava em liberdade condicional por ter cometido dois roubos em Volta Redonda. A polícia informou ainda que ele responde por um homicídio. A prisão do assassino foi divulgada pelo delegado da 10 DP, Rodrigo Santoro, e pelo chefe de Polícia Civil, Ricardo Hallak. O funcionário público Marco Aurélio Gadelha de Souza, marido da empresária, e a filha prestaram depoimento durante três horas na Delegacia de Botafogo nesta terça.

A metade inferior do corpo da empresária foi achada pelo catador de papel Rogério da Silva Gonçalves, que avisou a polícia. As pernas estavam amarradas com gaze e em um saco de lixo. A outra parte do cadáver ainda não havia sido encontrada até a noite desta terça-feira. Segundo peritos do Instituto Médico-Legal (IML) o corpo foi cortado ao meio com precisão pelo criminoso. O termo empregado pela polícia foi o de "corte cirúrgico amador". O osso da coluna foi serrado.

A empresária estava desaparecida desde as 13h de segunda-feira, quando saiu a pé de sua casa de festas. A família somente desconfiou do desaparecimento da empresária por volta das 16h, quando Edna não apareceu no aeroporto para acompanhar o embarque da filha para Buenos Aires, conforme havia combinado. O marido da empresária, o funcionário aposentado de Furnas Marco Aurélio Gadelha de Souza, chegou a procurar pela mulher no Instituto Médico-Legal (IML) e comunicou o desaparecimento à Divisão Anti-Seqüestro (DAS). Por volta das 20h, a parte inferior do corpo - que estava enrolada num saco plástico preto, ao lado da bolsa da vítima, com alguns documentos - foi encontrada por um catador de papelão junto de sacos de lixo.

O porteiro do prédio 667 da Rua Sorocaba, em frente ao local onde o corpo foi encontrado, contou que o saco com os membros inferiores da vítima foi colocado na calçada, junto de quatro sacos de lixo do prédio, entre dois canteiros do edifício. Ele disse que ninguém do edifício presenciou o momento em que o saco com o corpo da vítima foi deixado no local. Antes que o caminhão da Comlurb passasse, no entanto, o corpo foi encontrado pelo catador Rogério da Silva Gonçalves, de 38 anos. O delegado Ricardo Hallak elogiou a atitude do catador, que não se omitiu e chamou a polícia, permitindo a identificação da vítima.

A polícia encerrou no início da tarde desta quarta-feira as buscas pela parte superior do corpo da empresária no Aterro Sanitário de Gramacho. A operação não teve sucesso. O delegado Rodrigo Santoro já havia dito que a polícia esbarraria em dificuldades para encontrar a outra metade do corpo da empresária porque parte do lixo que vai para essas usinas é triturado.

A polícia técnica vai confrontar os restos de sangue humano encontrados na clínica veterinária com o sangue da família da empresária assassinada através de exame de DNA e com a parte do corpo encontrada na rua para se certificar se o sangue encontrado na clínica veterinária era mesmo da empresária.

A parte inferior do corpo da empresária foi reconhecida pelo marido e será enterrada mesmo que o restante não seja localizado. Além da bolsa com documentos, ele reconheceu Edna, com quem estava casado há 26 anos, por uma tatuagem em um dos pés e por uma cicatriz de cirurgia cesariana. Apesar de o corpo ter sido reconhecido pelo marido da vítima, o diretor do IML, Roger Ancillotti, disse que somente um exame de DNA poderá identificar a parte inferior do cadáver. Antes disso, a família só poderá realizar o enterro como um cadáver sem identificação. Edna morava com o marido no edifício Conde de Abranches, de classe média alta, na Rua Tabatingüera, na Lagoa.

A brutalidade do crime chocou até especialistas da área criminal, que dizem que o caso não pode ser analisado de forma isolada.

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