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Pela primeira vez na história política do Paraná, o presidente da Assembléia Legislativa será eleito em fevereiro por voto aberto. A mudança será possível graças a uma emenda constitucional que acaba com o voto secreto, aprovada ontem pelos deputados estaduais em última votação.

Os parlamentares terão de se pocionar publicamente em todos os projetos, inclusive em apreciação de vetos governamentais, concessão de títulos de cidadão honorário e na eleição de conselheiros para o Tribunal de Contas do Estado, assuntos que atualmente são tratados em votação fechada.

Dos 54 deputados, 42 estavam presentes na sessão e foram favoráveis à emenda. "Ninguém vai poder mais se esconder atrás do voto. Terá de arcar com as conseqüências", disse o autor da emenda, deputado Nélson Justus (PFL).

Para Justus, a Assembléia Legislativa será totalmente diferente no próximo ano porque a nova lei forçará uma mudança de comportamento dos parlamentares. A iniciativa, segundo ele, já está sendo copiada por várias câmaras de vereadores no Paraná. O deputado sugere que a lei seja promulgada pelo presidente em exercício, Pedro Ivo Ilkiv (PT), que comandou o processo de votação da emenda. "Acho uma homenagem chique", disse Justus.

O presidente estadual do PT, André Vargas, diz que foi um avanço da Assembléia. "Já terminaram os jetons das convocações extraordinárias. Vamos batalhar para diminuir o recesso também. Infelizmente só faltou acabar com o nepotismo. Mas vamos modernizar o parlamento."

Para o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Durval Amaral (PFL), a população vai poder acompanhar a postura de cada um. "No futuro poderá se avaliar a influência do Executivo no Legislativo por causa do fim do voto secreto."

O deputado Augustinho Zucchi (PDT) prevê o fim da duplicidade de opiniões. Segundo ele, os deputados terão de colocar na prática o discurso feito para as galerias e à sociedade. Em votações polêmicas, como na apreciação de vetos, vários deputados se posicionam pela derrubada, mas o veto acaba sendo mantido pela maioria.

No próprio Legislativo, no entanto, existem opiniões contrárias. O líder do PMDB, Antônio Anibelli (PMDB), é contra o fim do voto secreto. "Isso vai tirar a independência do deputado. Vamos ficar à mercê da galeria e da imprensa", justifica ele, que não quis participar da votação da emenda.

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