A aprovação, por 40 votos contra um, surpreendeu, pois o normal é que propostas de isenção de pedágio sejam arquivadas antes mesmo de chegar ao plenário| Foto: Albari Rosa/gazeta do povo

Os deputados estaduais aprovaram em primeira votação nesta quarta-feira (8) projeto de lei que isenta da tarifa de pedágio doentes crônicos em tratamento fora do município onde moram. A aprovação, por 40 votos contra um, surpreendeu, pois o normal é que propostas de isenção de pedágio sejam arquivadas antes mesmo de chegar ao plenário. “O impacto para as concessionárias de pedágio será mínimo e a lei vai beneficiar as pessoas mais carentes, pois o pedágio no Paraná é alto”, diz o autor da proposta, Missionário Ricardo Arruda (PSC).

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O projeto de lei prevê que um adesivo no vidro do carro usado pelo paciente possibilite a isenção da tarifa. Ainda são necessárias duas votações para que o projeto seja aprovado em definitivo, mas a praxe é os deputados rejeitarem esse tipo de iniciativa já na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), etapa anterior à votação em plenário. O argumento era que o Legislativo não pode criar despesas para o Executivo, o que viria a ocorrer caso as gratuidades causassem desequilíbrio financeiro dos contratos entre governo e concessionárias, gerando indenizações às empresas na Justiça.

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Pelo menos dois projetos com isenções da tarifa apresentados neste ano na Assembleia Legislativa foram arquivados. Em maio, Ney Leprevost (PSD) apresentou proposta para isentar idosos que utilizam o ferryboat de Guaratuba. No mês seguinte, Márcio Nunes (PSC) quis livrar do pedágio os estudantes matriculados no Paraná.

Dessa vez foi diferente e o projeto de Arruda foi encaminhado para votação de todos os deputados. “Não é porque a CCJ não aprovou antes que não podemos aprovar agora”, disse Felipe Francischini (SD), ao encaminhar favoravelmente a votação em plenário. O deputado Rasca Rodrigues (PV) avalia que a simples discussão do projeto em plenário é positiva. “Conseguimos vencer a barreira da CCJ. O Parlamento tem, sim, o poder de interferir nessa questão, pois representamos a população”, afirma.

Na justificativa do projeto de lei, Arruda registra que muitos doentes precisam se deslocar para outros centros urbanos em busca de tratamento. Para usufruir do benefício o doente deverá apresentar um comprovante médico. O projeto retorna à pauta, em segunda discussão, na segunda-feira (13).