Justus disse que faltou tempo para implantar a medida em 2008
O deputado estadual Nelson Justus (DEM) prometeu mais transparência na Assembleia Legislativa do Paraná durante a solenidade de posse para o segundo mandato na presidência da Casa, realizada na tarde desta segunda-feira (2). Justus afirmou que vai divulgar a lista de funcionários da Assembleia e também a prestação de contas sobre como são gastas as verbas de gabinetes dos parlamentares, que é de aproximadamente R$ 39,5 mil por mês.
No discurso, Justus disse que nos próximos dias irá se reunir com as bancadas para comunicar essa medida administrativa e recolher sugestões de aperfeiçoamento da forma de divulgação. A ideia do presidente é publicar os dados na internet. A medida, porém, precisa ser aprovada no plenário da Assembleia, mediante um Projeto de Resolução."A transparência, mais que o resultado do mero cumprimento de formalidades legais, é um ativo da cidadania pelo qual todos nós devemos zelar. E não tenham dúvida esse processo de busca permanente da transparência é uma marcha batida da qual eu não vou recuar um só passo", declarou o presidente.
Justus foi reeleito para presidência da Assembléia Legislativa do Paraná no dia 1° de dezembro. O deputado liderou a composição da chapa única "Consolidação do Poder Legislativo", que também reelegeu o deputado estadual Alexandre Curi (PMDB) na primeira secretaria.
A chapa recebeu 51 votos dos 52 deputados presentes na sessão. Justus deve ficar na presidência pelos próximos dois anos.
Transparência
A promessa de mais transparência sobre os gastos dos deputados com a verba de gabinete e com a contratação de funcionários não é nova. A primeira proposta foi feita em abril com a PEC da Transparência entregue à Assembleia pelo governo do Estado. A medida tornaria obrigatória a divulgação na internet dos gastos de todos os poderes, incluindo o Legislativo.
A proposta foi uma resposta do governo à decisão da Justiça que determinou a divulgação dos gastos com cartão corporativo. Na época, Nelson Justus classificou a PEC como esdrúxula e inconstitucional por tratar de uma interferência do Executivo nos outros poderes.
Em julho, porém, Justus disse que encaminharia para votação na Assembleia uma proposta de divulgação dos gastos do Legislativo até o final de seu mandato. A promessa foi feita depois da divulgação do "esquema gafanhoto". Reportagens publicadas pela Gazeta do Povo detalhavam uma investigação do Ministério Público Federal (MPF) e da Polícia Federal (PF) dentro da Assembleia.
Documentos obtidos pela reportagem mostram que 52 políticos paranaenses estão sendo investigados. O esquema consiste no depósito de salário de diversos servidores numa única conta bancária, o que facilita a prática de crime de peculato desvio de dinheiro público.
Seis meses depois de revelado o escândalo a promessa ainda anão foi cumprida. O novo prazo estipulado pelo presidente é até junho para que a medida seja implantada.
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