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O presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, Valdir Rossoni (PSDB), fez ontem a entrega simbólica de um cheque de R$ 90 milhões para o governador Beto Richa (PSDB). O valor equivale ao total do orçamento do Legislativo estadual economizado neste ano. Desse total, R$ 20 milhões já haviam sido devolvidos durante o ano. Ontem, na realidade, foram repassados mais R$ 70 milhões.

De acordo com Rossonai, a ideia é que a Assembleia economize R$ 300 milhões ao longo do mandato dos atuais deputados estaduais. Anualmente, o orçamento do Legislativo é de cerca de R$ 300 milhões. A economia foi uma resposta às denúncias de irregularidades feitas pela Gazeta do Povo e pela RPC TV, em março de 2010, na série Diários Secretos. As reportagens revelaram um esquema que, segundo o Mi­­­nistério Público, teria desviado R$ 200 milhões dos cofres públicos.

O início da sessão de ontem na Assembleia foi usado para uma prestação de contas das atividades realizadas ao longo de 2011. O presidente Rossoni e o primeiro-secretário, Plauto Miró (DEM), elencaram uma série de medidas "moralizadoras" tomadas pela Mesa Executiva da Assembleia nestes 10 meses de gestão.

Entre as mudanças feitas pela nova gestão a de maior impacto nas contas da Assembleia está o corte de pagamentos irregulares de funcionários e aposentados. Rossoni e Plauto destacaram ainda o processo de transparência nas contas públicas e a divulgação dos diários oficiais da Casa na internet. Era justamente a falta de publicidade dos diários oficiais que permitia o desvio de recursos públicos.

Protesto

A prestação de contas, no entanto, não atraiu grande parte dos parlamentares. Durante a sessão, era possível contar entre 10 e 15 parlamentares – todos do "baixo clero" – acompanhando a divulgação do balanço legislativo. Nos bastidores, comentava-se que o esvaziamento era um sinal claro do descontentamento de parte dos deputados estaduais com a medida anunciada pela Mesa Executiva de cortar o pagamento do 14.º e do 15.º salário.

Rossoni respondeu indiretamente aos colegas. "Nem tudo que fiz aqui foi prazeroso. Para consertamos a Casa, causamos muitos dissabores. Nós vivemos aqui noites e noites reunidos com procuradores e com a Mesa, e bem sei que muitas das medidas que tomamos não foram simpáticas", afirmou.

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