O pacote de medidas fiscais da governadora eleita Yeda Crusius (PSDB) foi rejeitado na tarde desta sexta-feira pela Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul. A decisão foi comemorada pela maioria dos deputados no fim da sessão extraordinária.
As medidas, propostas por Yeda e encaminhadas pelo atual governador Germano Rigotto (PMDB), incluíam aumento de impostos, suspensão de incentivos e congelamento de salário do funcionalismo por dois anos. Também previa a prorrogação do tarifaço sobre telefonia, energia e combustíveis, que valeu durante 2006 e seria suspenso neste fim de ano. O arrocho provocou forte reação até de aliados da governadora eleita. Dois secretários indicados por Yeda - para as pastas de Planejamento e Justiça - desistiram de assumir os cargos. O vice-governador eleito, Paulo Afonso Feijó, também protestou.
Yeda disse não se sentir derrotada. Para ela, ou todo programa era aprovado ou ele não serviria para o governo. Antes da votação, os deputados tinham retirado três projetos de lei do pacote.
- A Assembléia tem autonomia e liberdade. Não quer ser co-responsável pelo aumento de impostos. Deixa que a partir de 1º de janeiro a gente terá os instrumentos para fazer as mudanças com as quais se comprometeu - disse Yeda.
A governadora também afirmou que sabe que não terá condições de pagar todo o funcionalismo. Segundo ela, o governo terá de estabelecer prioridades.
- Seria menos custoso para a sociedade se a Assembléia tivesse entendido que temos que ter mudança estrutural - afirma.
O vice Feijó também comemorou.
- Precisamos de um estado moderno e ágil à serviço da sociedade, com soluções de médio a longo prazo. E não soluções míopes a curto prazo que penalizariam a sociedade - disse Feijó.
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