Plenário da Assembleia: disquetes sem uso ocupam espaço| Foto: Marcelo Andrade/ Gazeta do Povo

Transparência

No Portal da Transparência da Assembleia (www.alep.pr.gov.br/transparencia/) é possível saber quais são os produtos mantidos no estoque da Assembleia e os gastos dos deputados.

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A Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) mantém um estoque de pouco mais de mil disquetes sem uso. Segundo dados do Portal da Transparência do Legislativo (www.alep.pr.gov.br/transparencia/), a Casa ainda conserva 1.093 disquetes – ocupando espaço e gerando custos de armazenamento, ainda que pequenos.

Disquetes são dispositivos de armazenamento de dados obsoletos. Os novos computadores nem sequer têm entrada para os disquetes. A capacidade de armazenamento de informação dos modelos da Assembleia é de 1,44 MB. Só o arquivo do projeto de lei do orçamento do estado para 2014, no formato PDF, tem 107 MB – o que demandaria o uso de mais de 70 disquetes.

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Por meio de sua assessoria de imprensa, a Assembleia justificou que o estoque de disquetes é remanescente de épocas passadas, quando a mídia era comum, e que o material não pode ser simplesmente descartado porque eles acarretaram gasto de verbas públicas na compra. O custo para manter os disquetes no estoque também seria mínimo, segundo a assessoria.

Edson Sadao Imoto, coordenador da Associação Fukuoka, que coleta lixo eletrônico e envia para reciclagem, diz que não há mais nenhuma serventia para disquetes. Mas, reciclados, eles podem se tornar qualquer outro material de plástico . Outros materiais do disquete também são recicláveis.

Serviços gráficos

Por meio do Portal da Transparência da As­­sembleia, é possível ver não apenas o estoque do Legislativo, mas os gastos de cada deputado. Isso pode ser visto na aba "Verbas de ressarcimento", que relaciona o dinheiro pago a cada um para custear suas despesas durante um mês. A verba é a parte da remuneração mensal e compreende desde aluguel de casa em Curitiba (para os os parlamentares do interior) a assinatura de TV a cabo para o gabinete.

Tomando como referência apenas o mês de outubro de 2013, os deputados gastaram, por exemplo, mais de R$ 259 mil em serviços gráficos e de encadernação. O que gastou mais nessa categoria de despesa, por exemplo, foi Gilson de Souza (PSC), com R$ 22,2 mil de gastos no mês. A assessoria do deputado foi contactada, mas não respondeu à reportagem.

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O pedetista André Bueno foi o segundo que mais gastou com serviços gráficos e encadernações em outubro: R$ 18,7 mil. A assessoria de imprensa de Bueno diz que o valor daquele mês foi "excepcional". Do total, ele gastou R$ 13,9 mil em informativos de prestação de contas do mandato; R$ 3,6 mil em outdoors; R$ 676 em banners; e R$ 444 em cartões de visita. Os materiais foram distribuídos na região de Cascavel, segundo a assessoria.

Outros gastos constam do portal. No mês de outubro, todos os 54 deputados pediram R$ 266,6 mil de ressarcimento por despesas com combustíveis; R$ 160,6 mil por serviços de Correios e postagens; e R$ 22,9 mil de assinatura de periódicos e TV a cabo.