O secretário-geral do PMDB do Paraná, Luiz Cláudio Romanelli, classificou de oportunista a proposta de emenda constitucional da Assembléia Legislativa que acaba com o nepotismo no Paraná porque tem como principal alvo o secretário estadual de Educação, Maurício Requião (PMDB). Se a nova lei entrar em vigor, vai atingir diretamente o irmão do governador Roberto Requião (PMDB), considerado peça-chave na administração.
Segundo Romanelli, o secretário de Educação é o melhor dos últimos dez anos e sua atuação estaria incomodando muita gente. "É uma emenda absolutamente dirigida para atingir o Maurício. Um deputado petista que não pode sustentar um debate civilizado com ele na área de política da educação quer a qualquer custo proibi-lo de exercer a função. É puro casuísmo eleitoral", atacou o peemedebista.
A crítica é endereçada ao deputado estadual Tadeu Veneri (PT), que foi o autor do projeto que deu origem à emenda constitucional que está sendo votada pela Assembléia.
Para Romanelli, a emenda é um "buraco de queijo" porque abre brecha para o nepotismo cruzado, prática que é proibida na outra proposta apresentada pelo governador Roberto Requião (PMDB) e que está tramitando na Assembléia.
A emenda do governador, segundo ele, é uma tentativa de aperfeiçoar a proposta do Legislativo. "Se é para discutir o tema tem que ser aprofundado, mas acho que a Assembléia está procurando pêlo em ovo", provocou.
Na avaliação do secretário-geral do PMDB, a população não está preocupada com esse tipo de discussão sobre nepotismo. Para reforçar sua tese, recorre a uma pesquisa publicada por um jornal gaúcho em que 68% dos entrevistados garantem que nomeariam parentes para exercer cargo público se estivessem no poder.
A tentativa de desgastar a imagem do governo acusando Requião de nepotismo já foi explorada à exaustão na campanha de 2002, quando o governador, na época candidato, revelou que nomearia Maurício Requião como um dos seus secretários. Os ataques, garante Romanelli, não "colaram" e não tiveram peso na eleição. "Isso é uma bobagem absoluta. Ninguém esta preocupado com isso a não ser os oposicionistas que querem incomodar o governo e ficam enchendo o saco. Usar o cargo em comissão para nomear pessoas de confiança é legítimo. Cabe ao eleitor fiscalizar os abusos através do voto", defendeu.
Romanelli recomenda ainda aos deputados que estão defendendo a emenda antinepotismo que podem "começar dando exemplo e demitindo a parentada dos gabinetes". (KC)
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