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O assessor especial da Casa Civil da Presidência da República, Eduardo Gaievski, foi exonerado ontem do cargo e suspenso do quadro de filiados do PT do Paraná. Ex-prefeito de Realeza, no Sudoeste do estado, entre 2005 e 2012, ele é investigado há três anos pelo fórum da cidade e pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Foz do Iguaçu (braço do Ministério Público) por suposto crime de estupro. Gaievski teve a prisão preventiva decretada na última sexta-feira, mas não havia sido detido até o fechamento desta edição. Ele é considerado foragido.

A exoneração, a pedido de Gaievski, foi publicada na edição de ontem do Diário Oficial da União e assinada pelo ministro interino Gilson Alceu Bittencourt. Titular da pasta, a paranaense Gleisi Hoffmann está em viagem oficial à China. Em nota, a direção estadual do PT disse que a suspensão "ocorre para que sejam devidamente esclarecidas as circunstâncias e veracidade das acusações contra o ex-prefeito".

O processo corre em segredo de Justiça, mas a revista Veja divulgou, na última sexta-feira, alguns diálogos que, segundo a publicação, integram provas contidas na investigação. São citadas conversas nas quais supostas vítimas (algumas delas menores de 18 anos) dizem terem sido obrigadas a manter relações sexuais com o então prefeito.

Um dos advogados de Gaievski, Rafael Antonio Seben disse ontem que seu cliente não foi procurado em seu endereço atual, em Brasília – de acordo com a Secretaria da Segurança Pública do Paraná, a Polícia Civil do estado procurou Gaievski em seu apartamento em Brasília no domingo, mas não o encontrou.

O advogado do ex-prefeito relatou ainda que não entende como a revista Veja teve acesso ao inquérito, pois os defensores de Gaievski não conseguiram, até ontem pela manhã, acessar o conteúdo das investigações. Seben disse que o ex-prefeito ligou para ele no sábado e solicitou que averiguasse o andamento da investigação. Segundo o advogado, Gaievski disse que estava em viagem. Mas Seben não soube afirmar o motivo da viagem nem o destino do dele. O defensor disse ainda não saber de mais informações a respeito da apuração do Gaeco e sobre a possibilidade de o assessor se entregar à polícia.

Trajetória

Gaiveski era funcionário comissionado da Casa Civil desde 24 de janeiro. Ele foi nomeado por Gleisi para um cargo de direção e assessoramento superior. Recebia R$ 9.682,03 brutos mensais. Dentro da estrutura do ministério, trabalhava na Subchefia de Articulação e Monitoramento, que funciona em um anexo da Presidência. No dia a dia, se dedicava a dois programas de combate ao crack. O papel dele era articular a adesão de pequenos municípios.

Gaievski fez carreira como executivo de uma multinacional e entrou para a política no começo dos anos 2000, quando se filiou ao PT. Ele venceu a eleição de 2004 para prefeito de Realeza com 63% dos votos válidos e, quatro anos depois, reelegeu-se com 87%. No ano passado, a gestão de Gaievski como prefeito foi apontada como exemplo de boas práticas por uma das maiores entidades sociais de combate à corrupção do Brasil, a Amarribo. Em novembro, o petista participou como convidado da 15.ª Conferência Internacional Anticorrupção, em Brasília.

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