O assessor de imprensa do deputado federal Nilton Baiano (PP-ES), que começa a ser investigado pela CPI dos Correios como suposto beneficiário do mensalão por receber R$ 100 mil da corretora Euro, do Rio de Janeiro, em 2004, afirmou que não declarou a quantia à Receita Federal "por motivo pessoal". No entanto, Renato Paolielo garantiu que procurou a Receita, em 2005 e fez a retificação. Ele disse também que tem como provar que tudo foi feito dentro da legalidade. O possível repasse de mensalão foi divulgado pela revista "Veja" desta semana.

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- Eu não declarei por foro pessoal. Mas já fiz a retificação. Eu declarei no exercício de 2005. Procurei a Receita dentro dos prazos legais. Mas tudo já está quitado - disse o assessor.

A CPI encontrou evidências de que corretoras que operavam com fundos de pensão também ajudaram a financiar partidos governistas, como ocorreu no esquema montado por Marcos Valério. Já teriam sido identificados outros assessores parlamentares da Câmara que sacaram dinheiro de corretoras, o que pode aumentar a lista de deputados beneficiados por recursos não-contabilizados.

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Até agora, a CPI dos Correios quebrou o sigilo bancário de 31 corretoras e de 14 fundos de pensão de estatais na tentativa de encontrar ligações entre as empresas e o dinheiro arrecadado para pagar o mensalão. Não é a primeira vez que Baiano é suspeito de receber dinheiro ilegal. Em 1991, Nilton Baiano também foi personagem de outro escândalo: o dos pianistas do Congresso. Ele foi flagrado utilizando a senha dos colegas para votar pelo painel eletrônico.

Paolielo destacou que recebeu o dinheiro por ter feito um trabalho profissional de consultoria para a empresa, que na época queria melhorar a imagem no mercado. O assessor de Nilton Baiano afirmou que o deputado não tem envolvimento nenhum com o repasse. Ele ainda garantiu que tem os recibos e os contratos com a empresa e vai mostrá-los para a imprensa quando for necessário.

- A denúncia foge a uma realidade e ao bom senso. Eu recebi por um trabalho prestado por um contrato de um ano, que foi estendido para 2005, e continua em vigor em 2006. Recebo a informação com a alegria e tristeza. Alegria, porque que não podemos deixar de investigar e mostrar a verdade. Tristeza, porque as pessoas ainda confundem as coisas. Não houve flagrante algum. Eu recebi por um trabalho legítimo - afirmou.

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