Assessor de Lula processa ex-assessora do PT de Londrina

O chefe de Gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o londrinense Gilberto Carvalho, está processando a ex-assessora do PT Soraya Garcia, que acusou o partido de operar um caixa dois de até R$ 6,5 milhões na campanha de reeleição do prefeito Nedson Micheleti, no ano passado. A ação, uma queixa-crime, foi distribuída para a 5ª Vara Criminal de Londrina. As informações são do Jornal de Londrina.

Em depoimento no inquérito instaurado na Polícia Federal (PF) para apurar o caso, e também em entrevistas à imprensa, no início de agosto, Soraya envolveu diretamente o chefe de Gabinete de Lula nas denúncias. Ela disse ter ouvido o então coordenador financeiro da campanha, Augusto Dias Júnior, pedir mais de uma vez ao presidente do PT, Jacks Dias, para que viabilizasse com Carvalho recursos para o esforço eleitoral.

De acordo com o advogado Omar Baddauy, contratado por Carvalho, a queixa-crime é embasada tanto no artigo 39 do Código Penal, quanto no artigo 21 da Lei de Imprensa – ambos tratam sobre difamação, ou seja, imputar fato ofensivo à reputação de alguém. No caso de condenação, o Código Penal prevê pena de até um ano; a Lei de Imprensa estabelece até 18 meses de detenção.

Baddauy acrescentou que, após a eventual responsabilização criminal, Soraya também poderá responder processo na esfera cível, em ação de ressarcimento por dano moral.

Nesta segunda-feira, Soraya disse que iria aguardar a intimação para se manifestar sobre a ação. "Não tenho nada mais a dizer a não ser o que já disse à Polícia Federal. Só me estranha porque demorou tanto tempo assim (para a queixa-crime). Dei a declaração no dia 2 de agosto, é quase 90 dias depois", apontou. "Mas é o direito dele (Carvalho)."

Ela também reafirmou as declarações que fez à PF. "Por falta de dinheiro, na minha frente o Augusto ligou para o Jacks e o Jacks disse que ligaria para o Gilberto", relatou. Em outra oportunidade, Augusto teria viabilizado com Carvalho um evento no buffet da família do chefe de Gabinete de Lula. "A gente queria fazer o evento no Buffet Carvalho e o Augusto disse que ligaria para o Gilberto. E deu certo."

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