O presidente da CPI dos Bingos, senador Efraim Morais (PFL-PB), afirmou nesta terça-feira que o depoimento do assessor especial do Ministério da Fazenda Ademirson Ariovaldo da Silva mostra que houve tráfico de influência no ministério. Para o senador, os encontros de Adermirson com os ex-assessores de Palocci Vladimir Poleto, Rogério Buratti e Juscelino Dourado na casa do Lago Sul, bairro nobre de Brasília, agravam a suspeita. A casa foi alugada por Poleto por R$ 10 mil mensais para servir de escritório.
- Não tenho a menor dúvida que de essa relação existiu e continua existindo - afirmou Efraim Morais.
Segundo o senador, a quebra de sigilo telefônico de Barquete e Poleto mostra que houve mais de quatro mil telefonemas entre os dois e Ademirson e Buratti. Buratti denunciou o suposto esquema de caixa dois em Ribeirão Preto, Barquete é acusado de ter carregado o dinheiro obtido de cobrança de propina, Poleto teria participado da negociação envolvendo dólares de Cuba e Dourado foi chefe de gabinete de Palocci.
- Estamos falando de mais de quatro mil telefonemas. Está clara a conexão, a influência entre os assessores e uma amizade muito estranha. Depois da primeira denúncia, os telefonemas diminuíram. Ele (Ademirson) não sabia de nada, não trabalhava, só recebia telefonemas - disse Morais.
No depoimento na CPI dos Bingos, Ademirson disse que algumas ligações que recebeu de ex-assessores de Palocci suspeitos de envolvimento em esquemas de corrupção foram feitas para o seu telefone com o objetivo de falar com o ministro. Entre essas ligações estão algumas de Buratti e Barquete. Ademirson negou, no entanto, saber de qualquer esquema de corrupção na gestão de Palocci.
O assessor também explicou as mais de 1.400 ligações do economista Vladimir Poleto, acusado de transportar dólares vindos de Cuba para a campanha do PT. Segundo ele, os dois são muito amigos e todas as ligações foram de caráter pessoal.
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