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O presidente do comitê financeiro da campanha de Beto Richa, Fernando Ghignone, e o coordenador jurídico do PSDB durante a eleição do ano passado, Ivan Bonilha, negaram ontem a existência de caixa 2 nas contas eleitorais do prefeito reeleito. "Todas as receitas auferidas e despesas foram declaradas e contabilizadas. Isso (a divulgação do vídeo) é um cavalo-de-troia", afirmou Ghignone.

Segundo eles, o comitê financeiro da campanha de Richa não teria qualquer responsabilidade sobre a gestão financeira do Comitê Lealdade, porque ele era independente. Apesar disso, Ghignone confirmou que o comitê oficial do PSDB repassou material gráfico e pagou despesas com combustível e alimentação de pessoas que faziam parte do comitê de dissidentes do PRTB. Ele não soube precisar, no entanto, quanto que isso custou.

O presidente do comitê financeiro de Richa também negou que os R$ 800 que aparecem sendo distribuídos aos ex-candidatos a vereador do PRTB por Alexandre Gardolinski teriam saído do caixa de campanha do candidato tucano. "O comitê era independente, era o único responsável por toda a parte administrativa e financeira", afirmou.

Segundo Ghignone, esses comitês independentes fogem do controle da campanha oficial e costumam ser mantidos por rifas ou por cotas que os participantes fazem entre si. Além disso, afirmou ele, o volume de dinheiro movimentado dentro desses comitês seria mínimo.

No sistema do TSE para consulta da prestação de contas dos candidatos, só consta o nome e o CPF de duas pessoas que aparecem ou são citadas no vídeo como beneficiárias da distribuição de recursos por Alexandre Gardolinski. Uma delas é o ex-secretário municipal de Assuntos Metropolitanos, Manassés de Oliveira, que teria recebido e doado R$ 6,9 mil à campanha de Richa. Segundo Manassés, o valor foi referente à cessão de um carro de som à campanha do prefeito.

Outro nome que aparece na prestação de contas do PSDB é o de Nelson Brero. No vídeo que vazou à imprensa, Manassés aparece assinando um recibo e recebendo R$ 800 em nome de Brero. Na prestação de contas de Beto, consta o pagamento a Brero de R$ 245 a título de despesas com alimentação, locomoção e serviços.

Não há, no sistema da Justiça Eleitoral, o registro de pagamentos aos ex-candidatos a vereadores que aparecem recebendo o dinheiro e afirmaram à reportagem que os recursos eram para pagar o trabalho de cabo eleitoral para Richa. (CO e KK)

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