O deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ), destituído da liderança do partido na semana passada, protocolou na manhã desta quinta-feira uma lista com 36 assinaturas para reassumir o posto de líder. O voto do deputado Pedro Paulo, exonerado da prefeitura do Rio para reassumir a cadeira de deputado federal, foi o “fiel da balança”, disseram peemedebistas aliados de Picciani. Mas o que era para ser apenas uma formalidade – a formalização das assinaturas da lista– gerou dificuldades para o peemedebista. Após serem resolvidos os problemas envolvendo três deputados, Picciani disse que teve apoio de seis parlamentares que inicialmente referendaram a eleição de Leonardo Quintão (PMDB-MG) para a liderança do partido.
Picciani respondeu às críticas de peemedebistas que chamaram sua volta à liderança de “artificial”: “Quando fui substituído, de imediato reconheci o posição da maioria. A posição mais adequada seria fazerem o mesmo, até porque tive seis assinaturas de pessoas q estavam no posicionamento anterior. Foi o outro lado que perdeu apoio”, disse Picciani.
Picciani protocola assinaturas para reassumir liderança do PMDB
Leia a matéria completaEm seguida, o novo líder foi ao plenário da Câmara, onde está ocorrendo sessão de votação do Congresso, para anunciar sua restituição: “Retomo as minhas funções na Câmara dos Deputados e com compromisso que a bancada do PMDB não mais adotará um expediente constrangedor de troca de líder”, disse.
Segundo o deputado Hildo Rocha (PMDB-MA), a secretaria geral da Mesa da Câmara, “a mando de Eduardo Cunha e de Michel Temer”, dificultou a volta de Picciani para o posto de líder. Um dos problemas envolvia o deputado Vitor Valim (CE), que assinou a lista em apoio a Leonardo Quintão e agora resolveu apoiar Picciani.
“Houve um golpe orquestrado por Michel Temer e Eduardo Cunha, todos sabem disso, e agora a própria Mesa está criando dificuldades. Eles estão praticamente pedindo para levarmos a cartório para autenticar as assinaturas”, criticou Hildo Rocha.
Falsa polêmica
O peemedebista comentou também a polêmica com o vice-presidente Michel Temer, a quem Picciani dirigiu declarações duras quando foi retirado do posto de líder. Picciani disse, no entanto, que foi envolvido em uma “falsa polêmica” e fez elogios ao vice, também presidente do partido, afirmando que a relação entre os dois ficará “absolutamente positiva”: “ Fui envolvido numa falsa polêmica, tenho grande apreço por ele, é a maior liderança do nosso partido e buscarei o diálogo com ele e com toda a bancada”.
Picciani negou que não teria conseguido reassumir a liderança sem a ajuda de deputados que estavam afastados do Congresso, como os deputados Marco Antônio Cabral, filho do ex-governador do Rio, Sérgio Cabral, e Pedro Paulo – pré-candidato à prefeitura do Rio em 2016 –, ambos do Rio e contrários ao impeachment da presidente Dilma Rousseff. Os dois reassumiram às pressas as cadeiras federais para ajudar o líder a retomar seu posto. “Eu teria apoio ainda que não fosse isso [a volta desses parlamentares]. Os deputados do Rio que reassumiram, retornaram para defender a posição da bancada”, disse.
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