A Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) saiu em defesa dos integrantes do Ministério Público no Rio Grande do Sul, autores da ação civil por improbidade administrativa contra a governadora do estado, Yeda Crusius, e mais oito políticos gaúchos. Os procuradores foram criticados pela governadora que os acusou de terem abusado da competência no momento em que apresentaram a denúncia e pediram seu afastamento do cargo.
"Os membros do Ministério Público Federal foram injustamente criticados em nota oficial do Palácio Piratini e em depoimentos da governadora do estado, Yeda Crusius, veiculados pela imprensa recentemente", diz a nota divulgada na noite de sexta-feira (7).
"O fato de a governadora Yeda Crusius ou qualquer cidadão procurar o Conselho Superior do Ministério Público Federal ou o Conselho Nacional do Ministério Público é perfeitamente normal, pois a Constituição assegura a todos o direito de petição. A Constituição, contudo, também assegura independência funcional aos membros do Ministério Público", acrescenta a nota.
Crusius chegou a acusar o Ministério Público de montar um circo político, com o objetivo de prejudicar sua imagem. "Não há rigorosamente nenhum caráter eleitoral na ação, da parte do Ministério Público Federal. Ela baseia-se na análise técnica de provas, luz da legislação em vigor", diz ainda a nota, assinada por Wellington Cabral Saraiva, procurador regional da República e vice-presidente da ANPR.
Outra polêmica surgiu com o uso do termo réu durante a entrevista coletiva dos procuradores, o que teria desagradado a governadora. "O termo é utilizado na legislação para designar qualquer pessoa que seja alvo de ação judicial, não só na esfera criminal, mas também na cível", destaca o texto. "É usado [o termo] tanto no Código de Processo Civil quanto na Lei da Improbidade Administrativa (Lei n. 8.429, de 2 de junho de 1992). Esse termo não significa que os réus já tenham sido julgados", explica a nota.
A ação de improbidade administrativa contra a governadora e mais oito pessoas foi apresentada na quarta-feira (5) na 3ª Vara da Justiça Federal de Santa Maria, município a 300 quilômetros de Porto Alegre. A ação é baseada em documentos, gravações e depoimentos colhidos na Operação Rodin, deflagrada em maio de 2007 pela Polícia Federal.
A PF fez escutas telefônicas de diversas pessoas suspeitas de usar fundações de apoio vinculadas Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) para praticar crimes, como fraudes em licitações e desvio de recursos públicos.
Estão citados na ação, além da governadora, seu ex-marido, o professor Carlos Crusius, o deputado federal José Otávio Germano os deputados estaduais Luiz Fernando Záchia (PMDB) e Frederico Antunes (PP), o ex-secretário Delson Martini, a assessora da governadora Walna Vilarins Meneses, o vice-presidente do Banrisul, Rubens Bordini, e o presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), João Luiz Vargas.
Hugo Motta troca apoio por poder e cargos na corrida pela presidência da Câmara
Eduardo Bolsonaro diz que Trump fará STF ficar “menos confortável para perseguições”
MST reclama de lentidão de Lula por mais assentamentos. E, veja só, ministro dá razão
Inflação e queda do poder de compra custaram eleição dos democratas e também racham o PT
Deixe sua opinião