Calandra assinou nota em defesa de desembargadores| Foto: Pedro Serápio/ Gazeta do Povo

A Associação dos Ma­­gis­­­trados Brasileiros (AMB) e a Associação dos Magistrados do Paraná (Amapar) divulgaram nota ontem em que se manifestam sobre a reportagem da Gazeta do Povo que trata do caso da suposta compra de decisões no Tribunal de Justiça do Paraná investigado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A nota é assinada pelo presidente da AMB, Henrique Nelson Calandra; e pelo presidente em exercício da Amapar, Frederico Mendes Júnior.

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No documento, as associações saem em defesa dos dois magistrados que são alvo de investigação do CNJ: o presidente do Tribunal de Justiça, Clayton Camargo; e o ex-desembargador, Rafael Cassetari. O texto também faz críticas à publicação da notícia de que existe a investigação contra os dois.

"A Associação dos Ma­­­­gis­­­trados Brasileiros e a Asso­cia­­­ção dos Magistrados do Paraná, ao tempo em que desagravam a honra dos desembargadores mencionados, repudia a nefasta repercussão midiática dada a fatos apurados e em apuração nas esferas competentes, e que se mostram carentes de veracidade", afirmam as associações ao final da nota.

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Jornalistas

Ontem, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná (Sindijor-PR) também divulgou nota sobre a reportagem da Gazeta do Povo. O alvo da nota do Sindijor é a forma como o presidente do TJ-PR se respondeu ao repórter Euclides Lucas Garcia ao ser procurado para comentar o caso. "Vai fazer perguntas para a tua mãe. Não tenho que lhe dar entrevista nenhuma. Não falo com jornal, principalmenre com esse teu jornal", afirmou Clayton ao ser procurado por telefone.

Em nota, o sindicato diz repudiar o comportamento do desembargador. "O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná lamenta e repudia a atitude do presidente do TJ-PR, que com isso não reconhece a importância da imprensa como agente fiscalizador para a sociedade. É papel da imprensa divulgar e apurar os fatos, garantindo com isso o direito do cidadão de ser informado.

Por outro lado, cabe aos detentores de cargos públicos, como é o caso do presidente do TJ-PR, dar transparência a seus atos e prestar contas de suas ações."

CNJCorregedor não se pronunciou sobre investigação

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O corregedor-nacional de Justiça, Francisco Falcão, foi procurado ontem para falar sobre a correição que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) está fazendo no Judiciário paranaense e a investigação por suposta compra de decisões e tráfico de influência que corre no CNJ contra dois desembargadores do estado. No entanto, Falcão não quis se pronunciar.

O corregedor prometeu responder aos questionamentos hoje, numa coletiva de imprensa. Falcão é o relator da ação que corre no CNJ contra o presidente do TJ-PR, Clayton Camargo, e o ex-desembargador Rafael Cassetari.

EsclarecimentoCamargo não proferia decisões na época dos fatos investigados

Diferentemente do que diz a reportagem de ontem da Gazeta do Povo, o presidente do Tribunal de Justiça do Paraná, Clayton Camargo, não proferiu decisões favoráveis no processo que está sendo investigado pelo CNJ. Na época em que ocorreu a suposta compra de sentença, o desembargador Camargo era presidente da 12ª Câmara Cível. Por esse motivo, não poderia tomar decisões em processos que corressem no colegiado. Mesmo assim, Clayton é investigado pelo CNJ. O que consta na denúncia contra o presidente do TJ é que ele teria influenciado o desembargador Rafael Cassetari a decidir em favor de uma das partes em troca de dinheiro. Segundo a denúncia, Clayton teria ficado com parte da propina de R$ 200 mil.

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