São Paulo enfrentou nesta segunda-feira a terceira onda de ataques do crime organizado. Os alvos dos atentados, que começaram por volta das 4h, somam mais de 50. Quatro civis ficaram feridos. Na zona leste, a população ficou sem o serviço de vans e microônibus das cooperativas.
Dois dos feridos foram atingidos por estilhaços de vidro quando uma bomba explodiu num caixa eletrônico dentro de um supermercado em Interlagos, na zona sul. Na zona leste, dois mendigos que dormiam em frente a uma agência do Unibanco foram feridos quando os bandidos jogaram um carro dentro do banco.
A ação mais violenta foi contra o prédio do Ministério Público estadual, na Rua Riachuelo, no centro, onde uma bomba explodiu e danificou a entrada do prédio, chegando a estilhaçar vidraças no terceiro andar do prédio. O carro de um taxista que estava na rua foi atigido, mas ele e o passageiro não se feriram. Até vidraças de prédios próximos foram estilhaçadas e a rua ficou interditada.
Ônibus
A Secretaria de Segurança ainda não divulgou balanço oficial. Foram 23 ônibus foram incendiados, 11 dos quais nas cidades de Mauá e Santo André, no ABC paulista. A capital paulista e a cidade de Jundiaí também tiveram ônibus incendiados. Só contra a Guarda Civil Metropolitana foram cinco ataques. Num deles, o colete salva-vidas salvou o guarda, que foi atingido por um tiro no peito.
Agências bancárias
Quatorze agências bancárias e caixas eletrônicos foram atacados e pelo menos cinco postos de combustíveis. Num deles, na Marginal Tietê, os criminosos colocaram fogo num caminhão que estava estacionado no local. Apenas em Higienópolis, bairro nobre da capital, foram atacados dois postos, um na Rua Alagoas e outro na Conselheiro Brotero. Na zona oeste, o posto atingido fica na Avenida Cerro Corá.
Explosões
O prédio da Secretaria da Fazenda, na Rangel Pestana, no centro, sofreu três explosões seguidas. Um funcionário da Secretaria, que trabalhava no local, disse que elas fizeram tremer todo o prédio. Ele chegou a ver os três bandidos que arremessaram as três granadas.
No Tucuruvi, zona norte da cidade, bandidos dispararam tiros contra um trem do metrô que estava parado no pátio de estacionamento.
Três bases da Guarda Civil foram alvo dos bandidos, uma delas no Capão Redondo, na zona sul. O Fórum de Santo André também foi atingido. Nas ações, dois bandidos foram mortos pela polícia, um baleado e dois presos.
Em maio, São Paulo foi vítima de cerca de 300 ataques e mais de 130 pessoas morreram entre os dias 12 e 19. Os presos se rebelaram em mais de 70 presídios.
Durante as duas últimas semanas de junho, o crime organizado assassinou 16 agentes penitenciários.
Em julho passado, entre os dias 11 e 14, quase 100 onibus incendiados. Bancos e lojas de automóveis também foram alvo dos criminosos.
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