O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que “não sabe de nada” em relação à inclusão de seu nome na lista da Operação Lava-Jato e disse que está pronto para dar os “esclarecimentos à sociedade” e “à luz do dia”. Renan diz que os questionamentos fazem parte da democracia e que um homem público não pode deixar de ter uma “resposta convincente”.
Durante a entrevista ao chegar ao Senado, Renan repetiu várias vezes que não sabia de nada, inclusive quando houve a tentativa de perguntar sobre recebimento de eventual recurso.
“Não tenho absolutamente nada a ver com isso. Qualquer questionamento, se que me fizerem, e na democracia é importante que se façam questionamentos, estarei pronto para dar respostas à luz do dia. Até o momento não sabemos absolutamente nada. Não fomos informados por ninguém. Mas desde logo queria dizer que feliz da democracia que permite o questionamento dos homens públicos. Questionar homens públicos é uma coisa democrática. O que não pode acontecer é o homem público deixar de ter a resposta convincente”.
Renan disse que qualquer referência a seu nome será feita por “terceiros”. O nome dele foi citado em depoimento que investiga a corrupção na Petrobras.
“Qualquer eventual citação, se houver em relação a mim, será de terceiros, indireta. Não tenho absolutamente nada a ver com isso. E estou aguardando que haja o questionamento para que possa dar as respostas. Terei resposta para qualquer questionamento, porque, absolutamente, não tenho nada a ver com isso”, disse Renan.
Renan chegou pouco antes das 17h, e deixou o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Pepe Vargas, esperando por mais de meia hora. Pepe veio ao Senado um dia depois de Renan ter devolvido ao governo a MP 669, que reduziu a politica de desonerações.
O senador disse que, até agora, não recebeu qualquer aviso de que está citado pelo Ministério Público. Mais cedo, ele disseram que não foi avisado “por ninguém”, nem pelo Palácio do Planalto. “Não sei de nada. Não fui informado de nada. Tão logo seja informado de alguma coisa darei as respostas que a sociedade está cobrando”, disse o senador.
No dia de terça-feira, Renan conversou por telefone com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Segundo interlocutores, Levy fez um apelo a Renan para que ele não devolvesse a MP, mas o presidente do Senado foi irredutível.