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As alegações apresentadas pelos vereadores de Curitiba para faltar às sessões incluem alguns motivos curiosos. Entre os pedidos para que as faltas sejam abonadas, há desde justificativas vagas, alegando apenas "motivos pessoais" para a ausência até outras que incluem falhas técnicas no sistema de som do Legislativo. O vereador Denilson Pires (DEM) pediu para não ter descontado o salário porque a Linha Verde estava congestionada e causou o seu atraso. Mas a Câmara não aceitou essa justificativa.

O vereador João Cláudio Derosso (sem partido), por exemplo, conseguiu abonar duas faltas alegando apenas "motivos pessoais". As justificativas ocorreram na semana em que Derosso, acusado de irregularidades na gestão de contratos de publicidade do Legislativo, renunciou ao mandato de presidente da Casa. Procurado pela reportagem, o parlamentar preferiu não comentar o assunto. Curiosamente, o vereador Professor Galdino (PSDB) teve duas justificativas negadas também alegando "motivos de cunho pessoal", de maneira igualmente vaga. "Não detalhei a justificativa, pois estava cuidando da minha mãe doente, em São Paulo. Na verdade, é merecido que parte do meu salário seja descontada", diz.

Dois vereadores pediram para não sofrer perda salarial alegando que o sistema de som da Câmara não funcionou e que, portanto, embora estivessem em seus gabinetes, não ouviram o chamado para o início da sessão. Jair Cézar (PSDB) usou esse argumento para explicar por que não compareceu ao plenário em 14 de maio. Segundo ele, a sessão foi muito curta e, quando chegou ao plenário, já havia sido encerrada. A falta foi abonada. "Estava atendendo no gabinete desde as 8 horas, cheguei ao plenário às 9h17 [a sessão começa às 9h] e a sessão tinha sido suspensa. Naquele dia, eu contestei, pois foi um absurdo: os vereadores não conseguiriam fazer a leitura da ata da sessão anterior, abrir e encerrar uma sessão em tão pouco tempo", afirmou.

Denilson Pires usou a mesma alegação em duas ocasiões. Uma falta foi abonada e a outra ainda espera julgamento. O vereador foi procurado pela reportagem, mas não explicou o contexto dos requerimentos.

Duas outras justificativas ainda em tramitação têm textos curiosos. Num caso, o vereador Pastor Valdemir Soares (PRB) afirma que não compareceu porque estava concedendo entrevista a uma rádio. Ele também preferiu não comentar o assunto. Já Renata Bueno (PPS) diz que não conseguiu registrar a presença em plenário no dia 16 de maio devido a "desencontros durante a sessão", sem explicar o que isso significa. A assessoria da vereadora informou que ela está em viagem ao exterior entre os dias 4 e 11 de junho e não poderia comentar o motivo da falta.

No requerimento de comunicação à Mesa sobre a ausência do país, a vereadora e seu marido, o também parlamentar Juliano Borghetti (PP), anunciaram a viagem com destino a Montreux, Suíça, motivada por "compromissos familiares".

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