Oposicionistas levaram cartaz sobre o mensalão para a Câmara| Foto: Ailton de Freitas/ Ag. O Globo

Ex-presidente

Lula se compara a Lincoln e pede que CUT ingresse no jornalismo

Folhapress

O ex-presidente Lula fez ontem críticas à imprensa e disse que os sindicalistas devem deixar de reclamar do espaço que não conseguem nos meios de comunicação para criar sua própria mídia para noticiar sua versão dos fatos. Lula também afirmou ser vítima da imprensa e se comparou ao ex-presidente dos EUA Abraham Lincoln (que governou entre 1861 e 1865, em meio à Guerra Civil Americana). As delarações de Lula ocorreram no evento em comemoração dos 30 anos de criação da Central Única dos Trabalhadores (CUT), em São Paulo.

Para o presidente, os formadores de opinião no Brasil nunca quiseram que ele chegasse ao poder. "Essa gente nunca quis que eu ganhasse as eleições. Nunca quis que a Dilma ganhasse as eleições. Aliás, essa gente não gosta de gente progressista", disse.

Lula também comparou as críticas que recebeu da imprensa quando era presidente às que Abraham Lincoln recebeu em seu país. "Esses dias, eu estava lendo o livro do Lincoln e eu fiquei impressionado, como a imprensa batia no Lincoln, igualzinho batia em mim", disse Lula. "E o coitado não tinha computador para ver a notícia, tinha que ir para o telex. Ficava numa sala esperando [as notícias]."

O ex-presidente também criticou os seus "adversários" e disse que o que os incomodava era o seu "sucesso". "Eu acho que a bronca que eles [adversários] tinham de mim era o meu sucesso, e agora é o sucesso da Dilma."

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Terminou em tumulto, xingamentos e bate-boca entre deputados a manifestação da oposição contra uma exposição em homenagem aos 33 anos de fundação do PT no Congresso Nacional. Parlamentares do DEM e do PSDB resolveram "completar a história" oficial exposta pelo partido, por meio de cartazes, em um dos principais corredores da Câmara. Os oposicionistas colocaram uma placa "comemorativa" para lembrar o escândalo do mensalão – fato omitido pelos petistas.

A exposição do PT em homenagem ao aniversário do partido registra com fotos e textos momentos petistas importantes, desde os anos 70 com a greve em São Bernardo do Campo (SP), comandada pelo então metalúrgico Luiz Inácio Lula da Silva, até 2012. A linha de tempo pula de 2004 para 2006. E foi justamente aí que a oposição criou uma placa avulsa, montada em um cavalete, "2005 – O ano do mensalão".

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O deputado Amauri Teixeira (PT-BA) não gostou e levou a placa embora, nas costas dos deputados de oposição, enquanto eles davam entrevista sobre o evento. "Isso é coisa de moleque! É uma falta de respeito!", bradava o petista. Deputados começaram a chamar Teixeira de "mensaleiro" e o coro dirigido ao petista foi crescendo.

Teixeira, então, quis partir para a briga. "Fala na minha frente! Não sou mensaleiro! Sou homem direito!", gritava. O deputado Edson Santos (PT-RJ) entrou para acalmar Amauri Teixeira e os seguranças foram acionados para tirar o deputado irritado do corredor. "É um desrespeito com o PT. A oposição não tem o direito de diminuir a nossa exposição. Eu tirei porque a placa estava na frente da nossa exposição", contestou Teixeira.

"Essa é a intolerância do PT à verdade e ao contraditório", reagiu o líder do DEM na Câmara, Ronaldo Caiado (GO). "O nosso partido fez uma exposição de um fato real. Essa é a realidade do PT no ano de 2005", disse. Posteriormente, o presidente do PT, Rui Falcão, disse que o partido de Caiado tem o "DNA da ditadura".