As manifestações organizadas por sindicatos e movimentos sociais para a sexta-feira (13), que vinham sendo vistas como atos pró-governo Dilma Rousseff, estão assumindo a feição de protestos contra políticas do Planalto – embora as entidades sejam contrárias ao pedido de impeachment da petista. Um manifesto assinado por 15 entidades e movimentos sociais – como a CUT, o MST e a União Brasileira dos Estudantes (UNE) – traz a pauta dos atos da sexta-feira: o pedido para que o governo recue das recentes mudanças em direitos trabalhistas; a defesa de uma reforma política com foco no fim do financiamento privado de campanhas eleitorais; e a defesa da Petrobras contra a corrupção. Apesar disso, eles dizem ser contra o uso das denúncias de irregularidades na estatal como “instrumento político”.
“Governo nenhum pode mexer nos direitos da classe trabalhadora. Quem ousou duvidar da nossa capacidade de organização e mobilização já viu do que somos capazes. Defender os trabalhadores é lutar contra medidas de ajuste fiscal que prejudicam a classe trabalhadora. As MPs 664 e 665, que restringem o acesso ao seguro-desemprego, ao abono salarial, pensão por morte e auxílio-doença, são ataques a direitos duramente conquistados pela classe trabalhadora”, diz o texto do manifesto.
No texto, os movimentos argumentam ainda que, “se o governo quer combater fraudes, deve aprimorar a fiscalização”. E defendem a Petrobras: “Defender a Petrobras é, também, defender a punição de funcionários de alto escalão envolvidos em atos de corrupção. Exigimos que todos os denunciados sejam investigados e, comprovados os crimes, [que] sejam punidos com os rigores da lei”.
“O nosso ato de sexta não é a favor nem contra o governo. Temos uma pauta definida. Achamos fundamental defender a Petrobras, achamos que todas as denúncias precisam ser apuradas e os seus culpados precisam ser punidos. A empresa, como patrimônio, precisa ser preservada”, diz a presidente da UNE, Vic Barros. “Também não concordamos com a política de ajuste fiscal. Achamos que a política econômica precisa se pautar por um viés mais desenvolvimentista.”
Suspensão negada
A direção da CUT no Paraná negou que a entidade poderia suspender as manifestações de sexta-feira . O vice-presidente da entidade, Márcio Kieller, considerou a informação de que Dilma teria sugerido a suspensão do ato uma “contrainformação”. Segundo ele, a Presidência não tem ingerência para determinar a suspensão de qualquer atividade da CUT.
Em Curitiba, os manifestantes devem se reunir na Praça Santos Andrade, às 17h.
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