Em mensagens postadas em uma rede social na manhã deste sábado (9), o presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) afirmou que a atuação do Banco Central contra ele “mostra a utilização da máquina visando a provocar fatos para desviar atenção”.
Cunha afirma que a Procuradoria Geral do BC é subordinada à AGU (Advocacia-Geral da União) e, por isso, estaria atuando politicamente.
Foi revelado neste sábado que a Procuradoria Geral do BC rejeitou as explicações de Cunha, concluindo pela omissão da declaração de recursos no exterior e ainda pela aplicação de multa de R$ 1 milhão pela omissão em oito anos - R$ 125 mil por ano.
Cunha chamou ainda a documentação do BC de “peça política do governo” e disse que anexou “parecer contundente do ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) e da Corte de Haia, Francisco Rezek” rebatendo as acusações.
O deputado foi responsável pela abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, atualmente em andamento na Câmara, mas responde a um processo de cassação no Conselho de Ética, além de ser réu em uma ação penal no Supremo, alvo de uma outra denúncia e investigado em um outro inquérito.
A Procuradoria Geral do Banco Central informou, em ofício enviado ao Conselho de Ética na última semana, que concluiu por uma punição de R$ 1 milhão a Cunha por não ter declarado ao órgão a existência de contas e recursos no exterior.
Cabe ainda, porém, aval de uma segunda instância do BC, que vai analisar um processo punitivo contra Cunha.
Cunha tem negado todas as acusações da Operação Lava Jato. Sobre as contas, diz que não era o dono do dinheiro porque não tinha direito de utilizá-lo da forma que quisesse, cabendo ao “trust” a administração dos recursos.