Auditorias realizadas pela Controladoria-Geral da União (CGU) no Amapá apontaram três áreas onde teriam acontecido a maior parte dos supostos desvios de recursos que resultaram na prisão do governador do estado, Pedro Paulo Dias, e de outras 17 pessoas na manhã desta sexta-feira (10). Segundo a CGU, a maior parte dos valores supostamente desviados teriam saído das áreas de Justiça e Segurança Pública, Saúde e Agricultura.
Entre os principais problemas citados pela CGU nas auditorias está o suposto direcionamento de licitações, com a compra de veículos e equipamentos a preços superiores aos valores de mercado, além do superfaturamento na realização de obras e serviços de reformas em delegacias de polícia e do 2º Batalhão da Polícia Militar.
Os auditores da CGU também afirmam ter encontrado desvio de finalidade na aplicação dos recursos destinados por meio de convênios. Outra irregularidade apontada foi a suposta fraude em licitações para contratação de empresas de vigilância e de serviços de limpeza.
De acordo com a CGU, as auditorias foram intensificadas nos últimos meses a pedido da Superintendência Regional da PF no Amapá e da Diretoria de Inteligência do órgão, em Brasília, responsáveis pelas investigações que resultaram na Operação Mãos Limpas. Entre 2009 e 2010, o Amapá recebeu cerca de R$ 800 milhões em transferências federais para os órgãos fiscalizados pelas auditorias.
Em nota, a CGU afirmou que as auditorias "revelaram a existência de um amplo esquema de desvio de recursos que se estendia a diferentes órgãos públicos, incluindo o Tribunal de Contas do Estado, Assembleia Legislativa, a prefeitura de Macapá". Além do governador do Amapá, Pedro Paulo Dias, o presidente do Tribunal de Contas do Estado, José Júlio de Miranda Coelho, também teve a prisão preventiva decretada.
O chefe da Casa Civil do governo do Amapá, Paulo Guerra, se reuniu na tarde desta sexta com o governador em exercício, desembargador Dôglas Evangelista Ramos, para tratar da crise no estado. Ele disse ao G1 que ainda não tinha conhecimento do levantamento da CGU.
A assessoria de imprensa do governo do estado afirmou ao G1 que não vai comentar os dados divulgados pela CGU antes de conhecer a íntegra do levantamento. O governo do Amapá informou que denúncias serão esclarecidas e que, desde que a operação da Polícia Federal foi deflagrada, tem colaborado com as investigações.
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