Belém (AE) Com a estiagem que secou rios e lagos, matando milhares de peixes e isolando dezenas de comunidades, a falta de água potável para beber e cozinhar é agora o maior problema em 12 municípios do sudoeste do Pará. Em algumas localidades, famílias inteiras são obrigadas a caminhar até 15 quilômetros por dia para conseguir água potável.
O governador Simão Jatene esteve no domingo em Santarém e ouviu apelos dramáticos de prefeitos da região, que reivindicam do estado a criação de um programa de emergência para perfuração de poços artesianos nos locais mais atingidos pela seca.
"A comida está chegando, mas não podemos deixar que as pessoas morram de sede. Isso é inadmissível numa região banhada pelo maior rio do mundo em volume d'água, como é o Amazonas", disse o prefeito de Curuá, José Antônio Paulo da Silva.
Clareza
Para Jatene, o atendimento às famílias, a partir de agora, deve ser diferenciado. Ele pediu clareza nas ações, afirmando ser necessário encontrar uma solução para cada caso. Só os prefeitos podem fornecer informações precisas, segundo o governador, para que o estado possa direcionar suas ações no sentido de prestar um atendimento realmente eficiente.
A prefeita de Santarém, Maria do Carmo (PT), relatou que toneladas de peixes morreram por causa da falta de oxigênio na água contaminada dos lagos e afirmou que o problema vem se agravando.
"Já pedimos o apoio da Secretaria Nacional de Pesca e estamos preocupados com o abastecimento na cidade."
Ela pediu ao governador apoio para a perfuração de poços artesianos nas comunidades atingidas.
Enquanto os estudos técnicos para a perfuração de poços começam, algumas soluções caseiras foram apresentadas por moradores da região para minorar o problema da falta de água potável. Uma delas é a armazenagem de tambores com água tratada com hipoclorito. Outra solução é a utilização de um protótipo de filtro de água produzido com areia e cimento pelos integrantes da Igreja da Paz, em Santarém, e que já está sendo utilizado em algumas comunidades.
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