O ator e produtor Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, foi saudado como “herói nacional” nas redes sociais, mas também acusado de ser “farinha do mesmo saco”. Ele é responsável pela gravação da conversa que levou à prisão o senador Delcídio Amaral (PT-MS), o banqueiro André Esteves, presidente do Banco BTG Pactual, e outros alvos da Operação Lava Jato . Seu pai está preso na carceragem da Polícia Federal em Curitiba.
Em seu perfil no Facebook, as postagens eram positivas, bem como algumas menções no Twitter. “Je suis Bernardo Cerveró! Possivelmente o cara que pode ter mudado o curso da história do Brasil!”, escreveu um internauta no microblog.
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Leia a matéria completaJá na página do grupo de ex-alunos do colégio particular carioca onde o ator estudou, um post de desagravo à denúncia dividiu os internautas. “Bernardo Cerveró, que se expôs e botou o primeiro senador em exercício de mandato na cadeia, que fez o Senado passar por esse constrangimento no dia de hoje [quarta-feira. 25], é ex-aluno do CSVP [Colégio São Vicente de Paulo]! Obrigado, Bernardo!”, diz a primeira mensagem no grupo.
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Leia a matéria completaEm tom contrário, outro participante do grupo escreveu: “Só fez isso pra defender o pai bandido. É tudo farinha do mesmo saco”.
Reação
Bernardo começou a estudar teatro no colégio, onde o professor Almir Telles dava aulas extracurriculares na década de 1990. O ator e diretor Diogo Vilela disse que foi surpreendido pela iniciativa de Bernardo, com quem já trabalhou.
“Estamos neste momento do Brasil vivendo na encruzilhada dos riscos. Todo mundo está precisando resolver o que está acontecendo no país. E essa foi a medida que ele encontrou. E surpreendeu a todo mundo, acho que até aos familiares. Porque foi um gesto definitivo para uma pessoa”, declarou Vilela.
Bernardo foi o produtor executivo da peça “Ary Barroso, do Princípio ao Fim”, escrita, dirigida e encenada por Vilela. Ele também foi dirigido por Vilela na peça Jornada de Poema, em que o filho do ex-diretor da Petrobras atuou com a atriz Glória Menezes. “Foi um convívio super afetivo, ele sempre com a filha. É um produtor excelente”, afirmou Vilela. O ator acrescentou que já não mantinha contato com Bernardo quando apareceram as primeiras denúncias contra Cerveró.
No colégio, os colegas lembram de Cerveró como “boa-praça”, que não ostentava riqueza. No Rio, a instituição é famosa por atrair famílias de perfil mais progressista. Seus alunos e professores tiveram participação ativa na militância contra a ditadura militar e nos protestos pelo impeachment do ex-presidente Fernando Collor – que foi aluno do colégio.
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