A unidade de inteligência das Bahamas, paraíso fiscal para onde o publicitário Duda Mendonça enviou US$ 10 milhões ganhos na campanha presidencial de 2002, informou ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que Duda e sua sócia, Zilmar Fernandes da Silveira, estão realizando movimentações atípicas, de valores elevados, em instituições financeiras nas Bahamas. A unidade de inteligência daquele país pediu mais informações ao Coaf.
Em depoimento à CPI dos Correios, o publicitário disse que os recursos que recebeu nas Bahamas não seriam movimentados.
- O dinheiro está aplicado. Eu não tenho como operar. Como é que eu vou fazer? Eu não sou americano. Eu não sou bahamense, eu não tenho como trazer. Aliás nessa historia eu só fiz entrar pelo cano - disse Duda Mendonça na época, durante o depoimento.
O documento chegou nesta terça-feira à CPI dos Correios e já provocou reação da oposição. O deputado Eduardo Paes (PSDB-RJ) quer que a CPI peça ao governo para bloquear as contas do publicitário, nas Bahamas, até a conclusão das investigações.
- Nós não podemos permitir que esses recursos saiam, para que o poder público brasileiro possa recuperar, repatriar esses recursos e que essas pessoas possam pagar pelos crimes que cometeram - afirmou Eduardo Paes.
Há mais de duas semanas, a Polícia Federal pediu o bloqueio das contas de Duda Mendonça ao Supremo Tribunal Federal. Até agora não teve resposta. Duda Mendonça e a sócia, Zilmar Fernandes da Silveira, não foram encontrados para comentar a movimentação das contas.
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