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Sede do TJ: magistrados do PR devem ter aumento no auxílio | Jonathan Campos/ Gazeta do Povo
Sede do TJ: magistrados do PR devem ter aumento no auxílio| Foto: Jonathan Campos/ Gazeta do Povo

Beneficiados

Quem começa a receber o auxílio-moradia:

Magistrados da Justiça Militar

Magistrados da Justiça do Trabalho

Juízes e desembargadores dos TJs do:

Acre

Amazonas

Bahia

Ceará

Espírito Santo

Paraíba

Piauí

Rio Grande do Sul

São Paulo

Quem já recebia:

TJs de 18 estados e do Distrito Federal

Conselheiros do CNJ

Ministros do STF

Ministros do STJ

Ministros do TST

Magistrados convocados como auxiliares em tribunais superiores

O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu duas liminares na quinta-feira para estender o pagamento do auxílio-moradia a todos os magistrados do país. O ministro já havia autorizado o benefício a juízes federais há 11 dias – o que abriu a brecha para que a medida alcançasse toda a magistratura. Nas liminares, Fux deixa claro que os pagamentos – de R$ 4,4 mil mensais – devem começar imediatamente, com valor retroativo à data da primeira decisão.

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) irá regulamentar o pagamento, em data ainda não definida. Até que isso aconteça, os magistrados receberão o mesmo que um ministro do STF. E não precisam comprovar gastos com moradia. Com a decisão, começarão a receber o bônus os juízes de nove estados (veja tabela nesta página) e os magistrados das Justiças Militar e do Trabalho.

Fux atendeu a pedidos da Associação de Magis­­trados Brasileiros (AMB) e da Associação Nacional dos Magistrados do Trabalho (Anamatra). A decisão será analisada pelos outros ministros do STF. Mas, no meio jurídico, entende-se que "dificilmente" poderá ser revertida.

Em ofício encaminhado na semana passada ao presidente do STF e do CNJ, Ricardo Lewandowski, Fux já havia defendido a extensão do auxílio-moradia. "Em relação ao alcance da decisão, cumpre destacar que a ratio decidendi do provimento é aplicável a todos os ramos do Judiciário brasileiro, o que pode ser avaliado pelo CNJ na regulamentação da matéria", escreveu.

Se todos os 16,8 mil magistrados do país receberem o auxílio, o impacto financeiro aos cofres públicos pode chegar a R$ 792 milhões anuais. Só são excluídos aqueles que moram em residência oficial bancada pelo Judiciário. Não há dados de quantos ocupam residências oficiais.

O pagamento do auxílio é previsto na Lei Orgânica da Magistratura, de 1979, que diz que os juízes podem receber ajuda de custo para moradia nas cidades onde não há residência oficial à disposição. O texto, genérico, abre a brecha para que todos recebam a ajuda, mesmo aqueles que não têm gastos nessa área. Já recebiam o pagamento magistrados de 18 estados brasileiros e do Distrito Federal.

Aposentados

Ainda há dúvidas se o benefício será estendido a aposentados. A palavra final deverá ser dada pelo CNJ. Até lá, porém, especula-se que associações de magistrados requeiram o auxílio como forma de equiparação de ganhos.

Juízes do PR devem receber "aumento" no benefício

No Tribunal de Justiça do Paraná (TJ), o auxílio-moradia é pago desde julho deste ano, mas a maioria dos beneficiados deve ganhar um aumento com a decisão do ministro Luiz Fux, do STF. O benefício é pago no TJ na proporção de 15% do salário bruto. O valor mínimo pago é de R$ 3,2 mil mensais.

Logo depois da primeira liminar do ministro, a Associação dos Magistrados do Paraná (Amapar) protocolou ofício no TJ pedindo o "imediato pagamento" do auxílio-moradia de R$ 4,4 mil aos juízes e desembargadores estaduais – o que implicaria em aumento para a maioria dos beneficiários.

Frederico Mendes Jr., presidente da Amapar, diz que ainda não recebeu resposta do TJ se o pedido foi aceito, mas deu a entender que isso já não faz mais diferença. "Se ele [Guilherme Luiz Gomes, presidente do TJ] não fizer [autorizar o aumento], vai descumprir uma decisão do STF. A Justiça é vertical", disse.

A estimativa é que o TJ atualmente gaste R$ 36,4 milhões para pagar o benefício. Com a mudança, o valor passaria a R$ 47 milhões. O TJ ainda não informou, oficialmente, quanto está gastando com o auxílio. "Nós já esperávamos a decisão do ministro. O Supremo vem reafirmando que os direitos e garantias devem ser idênticos em qualquer ramo da Justiça", afirmou Mendes Jr.

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