Aval

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"Não sei quantos vão ficar na oposição. Há deputados que ainda estão em dúvida, mas vão se decidir quando forem conhecendo o governo. Vamos ter a Santa Paciência."

Valdir Rossoni, líder da oposição na Assembléia

Aval – A briga entre o governador Roberto Requião (PMDB) e o prefeito Beto Richa (PSDB) pode ter mais um capítulo nos próximos dias. O governador encaminhou uma consulta ao Tribunal de Contas para saber se o estado pode voltar a repassar recursos para a prefeitura de Curitiba apesar da inadimplência do município. Se o parecer for negativo, terá um trunfo para justificar a suspensão dos repasses. Segundo o governo, a prefeitura deve parte de sua contrapartida na construção do Contorno Norte.

Saindo – O vice-prefeito de Curitiba, Luciano Ducci (PSDB), está deixando o atual partido e voltando para o PSB, legenda pela qual foi eleito. A troca vem no momento em que parte dos tucanos exige que Ducci fique fora da chapa de reeleição do prefeito Beto Richa (PSDB) na disputa de 2008 e no auge da crise política entre o governador Roberto Requião e o prefeito. Na campanha, Ducci declarou apoio a Requião.

Fica – Outra mudança no ninho tucano é a permanência de Rui Hara na Assembléia Legislativa na vaga de Nelson Garcia, que foi para a Secretaria do Trabalho. Depois de uma reunião ontem entre o prefeito Beto Richa, Rui Hara e o presidente estadual do partido, Valdir Rossoni, ficou acertado que Hara não vai ser secretário da prefeitura, como se chegou a cogitar. Fica como deputado para ser oposição ao governo.

Decidido – Hara renunciou ao mandato de vereador e se o governador decidir mandar Nelson Garcia de volta à Assembléia fica sem mandato. "É um risco, mas não posso recuar nesse momento. Fiz 35 mil votos e não posso desapontar os meus eleitores", justificou. Com a virada inesperada do jogo, o segundo suplente do PSDB, Miltinho Puppio continua fora da Assembléia.

Sem 15.º – Além de férias menores, os deputados também podem deixar de receber um salário em dobro nas convocações extraordinárias, que normalmente acontecem em janeiro, durante o recesso. O petista Tadeu Veneri afirma que vai apresentar uma emenda acabando com o pagamento. No mês de janeiro, a Assembléia Legislativa realizou seis sessões extraordinárias e cada deputado recebeu R$ 19 mil, o equivalente a dois salários, um pela convocação e outra pela desconvocação.

Disciplina – A nova chefe do cerimonial da Assembléia Legislativa, Gisele Gulin, começou a "revolucionar" ontem o trabalho de jornalistas, fotógrafos e cinegrafistas. Há novas restrições de acesso ao plenário e de uso de equipamentos de filmagem. Ou seja, menos praticidade para a cobertura diária da imprensa.

Provocações – O governador Roberto Requião lembrou de forma sutil, durante a audiência judicial, ontem, que foi Mário Pereira, pai do advogado de Cila Schulman, Luiz Fernando Pereira, quem inaugurou como governador na época, a obra de duplicação da estrada Curitiba–Garuva, que gerou o pagamento à empresa DM.

Convite – O governador brincou com Cila dizendo que ela já trabalhou para muitas campanhas vitoriosas para o governo do estado fora do Paraná, mas para ser vitoriosa aqui teria que trabalhar com ele. Ela respondeu à provocação dizendo que agora, se quiser os seus serviços, vai ter que pagar os tais R$ 10 milhões que afirma terem sido pagos a ela.

Ministro – Requião disse ontem que acredita conseguir emplacar o deputado federal Reinhold Stephanes ministro da Saúde. Tudo depende da eleição nacional do PMDB. Eleição que, por sinal, será discutida por ele e outros governadores peemedebistas hoje no Rio de Janeiro.

Secretário – Mas mesmo que Stephanes vire ministro, Requião não acredita que vai perder o secretário de Obras, Marcelo Almeida, primeiro suplente de deputado federal. Requião diz que Almeida adora o trabalho feito pelo governo e deve assumir a vaga para em seguida se licenciar.

Pinga-fogo

O presidente estadual do PSDB, Valdir Rossoni, disse que os tucanos devem escolher um lado, mas prefere não falar em expulsão dos que continuarem apoiando o governador. ••• "Temos respeito pelos deputados, mas o grande líder do PSDB se chama Beto Richa. Quem entender dessa forma não terá problemas", afirmou. O partido está numa "trincheira" e segundo o deputado, não pode admitir o comportamento do governador em relação ao prefeito e à família dele. ••• O deputado estadual Douglas Fabrício (PPS) iria apresentar ontem um projeto de lei para reduzir o recesso parlamentar. A mesma idéia, no entanto, foi encaminhada antes pelo presidente da Assembléia Legislativa, Nélson Justus (PFL). ••• "Não tem problema. O que importa é que a gente trabalhe mais, não importa quem leve o assunto adiante", disse o parlamentar, que estréia na Casa.