Avaliação de Pessuti e Requião fica acima de 50%

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Com a gestão de oito anos do PMDB à frente do governo do Paraná praticamente encerrada, as administrações de Orlando Pessuti e Roberto Requião serão lembradas de maneira positiva por pouco mais da metade dos curitibanos. Já a aprovação da gestão do presidente Lula beira os 80% na capital do estado, um território historicamente hostil ao PT. O índice é próximo ao obtido pelo prefeito de Curitiba, Luciano Ducci (PSB) (leia mais ao lado). É o que aponta um levantamento feito pelo Instituto Paraná Pesquisas com exclusividade para a Gazeta do Povo.

No cargo de governador desde abril – ele deixou o posto de vice para assumir o Palácio das Araucárias no lugar de Requião, que renunciou para disputar a eleição ao Senado –, Pessuti teve a administração aprovada por 58,43% dos curitibanos. Em apenas nove meses de mandato, porém, o peemedebista viu sua aprovação na capital cair de 66,83% para o patamar atual.

Já a gestão de Requião, que ocupou o cargo de governador entre janeiro de 2003 e março deste ano, obteve a aprovação de 52,94% dos habitantes da capital.

Para o professor de Ciência Política da UFPR Ricardo Costa de Oliveira, apesar de números acima da casa dos 50 pontos porcentuais poderem ser avaliados como num patamar elevado, os índices de aprovação de Pessuti e Requião mostram o desgaste do governo do PMDB à frente do Executivo estadual. Ele afirma que, apesar do bom momento vivido pela economia do país, os dois peemedebistas estão muito distantes da aprovação conseguida, por exemplo, pelo presidente Lula.

"O Pessuti deixou de se preocupar com itens importantes do governo e teve alguns problemas com o secretariado, com algumas atividades privadas que desenvolveu", avalia Oliveira. "Já o Requião fiou marcado pelo nepotismo, por brigas internas no governo, por atitudes antipáticas com o eleitorado. Mas, mesmo assim, esse índice de mais de 50% teve força suficiente para elegê-lo ao Senado." Ele cita ainda o rompimento e as discussões públicas entre os dois peemedebistas após Pessuti assumir o governo como um dos fatores de queda na aprovação de suas gestões.

Outro dado revelado pelo Paraná Pesquisas é o fato de Requião ter sido considerado melhor governador que Jaime Lerner (1995-2002) por 52,16% dos curitibanos. Já para 36,99% dos moradores da capital, Lerner fez uma administração melhor que seu sucessor. "O Requião governou num período de melhor desempenho da economia, de mais políticas sociais, e teve menos denúncias de corrupção", diz o professor da UFPR. "O Lerner, por outro lado, ficou muito ligado às privatizações, à imagem desgastada do ex-presidente Fernando Hen­­rique Cardoso (PSDB). A pesquisa mostra que essa imagem negativa ainda persiste."

Lula

Se a aprovação de Pessuti e Requião não chega aos 60%, a avaliação dos curitibanos em relação ao governo do presidente Lula permanece em patamares bem mais elevados. De acordo com o levantamento, a administração do petista foi aprovada por 77,91% dos moradores da capital. Em agosto, o índice era de 79,19% – a queda está dentro da margem de erro, que é de 3,5 pontos porcentuais.

Ao mesmo tempo, Lula foi considerado melhor presidente para o país em relação a FHC por 76,6% dos curitibanos. O tucano obteve 16,08% de preferência. "Os dados mostram absoluta hegemonia do Lula, superando um período de dificuldades de aceitação que ele e o PT sempre tiveram na Região Sul. Ele está terminando seu governo com crescimento e estabilidade econômica, geração de emprego e renda e desenvolvimento social", afirma Oliveira. "Já o FHC ficou com uma imagem negativa de crise econômica, desvalorização da moeda, desemprego, descontrole da inflação. E, sobretudo, com a pecha de privativista, que até hoje é motivo de rejeição eleitoral."