O prefeito de Central de Minas (no nordeste de MG), Genil Mata da Cruz (PP), morreu após sobrevoar uma propriedade sua, em Tumiritinga, que foi invadida por integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). O prefeito do município de 7.000 habitantes estava em um monomotor com um funcionário quando a aeronave caiu, matando os dois.
Segundo os integrantes do MST, o avião do prefeito e outra aeronave estavam dando rasantes sobre o acampamento, jogando sacos plásticos carregados de combustível sobre as barracas onde as famílias estão acampadas há cerca de dez dias.
A ação durou cerca de uma hora, quando um dos aviões –onde estava o prefeito– perdeu o controle e caiu. O outro avião teria deixado o local em seguida.
Os sem-terra dizem ainda que, na última sexta (10), o local foi invadido por homens que usaram fogos de artifício contra o grupo.
Já o advogado do prefeito, Siranildes Eleotério Gomes, disse em entrevista ao jornal “Estado de Minas” que o cliente estava sobrevoando o local para fazer fotos do terreno, por sugestão dele.
O advogado ainda afirmou que espera que a polícia apure se o avião foi “abatido de forma criminosa” pelos sem-terra.
O acidente está sendo investigado pela Polícia Civil de Minas Gerais, que já realizou perícia no local. O laudo deve ser divulgado em dez dias.
Os corpos das duas vítimas foram encaminhados ao IML (Instituto Médico Legal) e serão liberados nesta quarta-feira (15). O corpo do prefeito será velado em uma escola municipal de Central de Minas.
Técnicos do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), órgão ligado à Aeronáutica, também fizeram perícia no local do acidente.
Ameaças
Os sem-terra acampados na fazenda do prefeito informaram que vinham sendo vítimas de ataques e ameaças desde a última sexta-feira (10).
Em nota, o MST informou que pistoleiros invadiram o acampamento e soltaram fogos de artifício contra as barracas do acampamento, deixando uma pessoa com queimaduras no corpo.
Na ação, foram usados dois tratores cuja cabine foi coberta com placas de metal. Durante a fuga dos pistoleiros, um os tratores atolou e foi abandonado no terreno.
Ainda segundo a nota, o prefeito se dizia dono da fazenda, mas não tinha nenhum documento que comprovasse a propriedade, impossibilitando uma possível ação de reintegração de posse.
“Ao não poder despejar as famílias, Genil da Cruz disse que resolveria a situação à sua maneira”, informou o MST, que já havia registrado boletim de ocorrência na Polícia Militar relatando as ameaças.
O advogado do prefeito, Siranildes Eleotério Gomes, não foi localizado pela reportagem nesta quarta.
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