Prestes a assumir o Ministério da Justiça e da Segurança Pública, o deputado federal Osmar Serraglio (PMDB-PR) é um nome que volta e meia aparece na lista do PMDB, quando os caciques da legenda precisam se socorrer a alguém com perfil discreto e fiel ao comando nacional da sigla. A trajetória também ajuda: até hoje é lembrado e respeitado pelo desempenho de outrora, como relator da CPI dos Correios na Câmara dos Deputados. Por isso, quando a cadeira de ministro da Justiça e da Segurança Pública foi “aberta”, no início do mês, o nome de Serraglio naturalmente constou na lista do PMDB, legenda que brigou insistentemente pelo espaço. Serraglio, contudo, não era a primeira opção da legenda, e também não foi a do presidente Temer.
Na lista formulada pela bancada do PMDB na Câmara dos Deputados, o preferido era Rodrigo Pacheco, parlamentar de primeiro mandato por Minas Gerais. Em 2016, Pacheco já havia sido preterido para o comando da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), principal colegiado da Casa, entregue a Serraglio. Agora, era “a vez” de Pacheco. Mas o nome do mineiro, ao virar vidraça, não durou. Suas críticas ao poder de investigação do Ministério Público o derrubaram rápido.
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Leia a matéria completaA partir daí, Pacheco, e também Serraglio, foram “desaparecendo” da lista de cotados e nomes indicados por outros aliados do presidente Temer começaram a ganhar força. O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Carlos Velloso, levado ao Planalto pelas mãos do senador Aécio Neves (PSDB-MG), chegou a ser efetivamente convidado para a pasta. Dado como certo, Velloso recuou. Nos bastidores corre que Aécio Neves tentou imediatamente compensar a costura desastrosa com outro nome. Neste contexto, surgiu a paranaense Maria Tereza Uille Gomes, eleita em dezembro para o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e ex-secretária no governo do Paraná.
Naquele altura, contudo, já irritado com o episódio “Carlos Velloso”, o presidente Temer voltou a olhar para a lista de nomes do PMDB. Ainda assim, Serraglio encontrou dificuldades para se viabilizar entre os concorrentes. Nem toda a bancada do PMDB estava fechada com ele. Entre os motivos da resistência, a decisão do paranaense de se lançar de forma avulsa à cadeira de vice-presidente da Câmara dos Deputados, no início do mês, a despeito da posição oficial da sigla, que inscreveu Lúcio Vieira Lima (BA) na disputa.
Derrotado por outro candidato avulso do PMDB, Fábio Ramalho (PMDB-MG), Serraglio ainda disparou: “Se fosse numa eleição popular, seria crime de compra de voto”. O paranaense se referia às comilanças semanais promovidas por Ramalho para os colegas da Casa. Nos últimos dias, Serraglio se dedicou a conversar com parlamentares na tentativa de minimizar o desgaste com aquela eleição e, aos poucos, foi ganhando força dentro da bancada. Foi aí que o presidente Temer também resolveu ceder às pressões do PMDB. Uma ameaça de rebelião não cairia bem agora.
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