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O presidente nacional do PSDB, senador Eduardo Azeredo, confirmou, neste sábado, que sua campanha à reeleição ao governo de Minas Gerais, em 1998, recebeu um cheque de R$ 700 mil do empresário Marcos Valério. Segundo Azeredo, o dinheiro teria sido uma ajuda para quitar despesas com aluguéis de carros usados na época, que eram cobradas na Justiça pelo ex-coordenador da campanha, Cláudio Mourão.

A denúncia foi divulgada na revista "Isto É" deste fim de semana, que mostra uma cópia do cheque. O senador explicou que o documento foi usado como garantia e o valor, devolvido ao empresário dias depois. Na época, o então vice-governador de Minas, o ministro do Turismo, Walfrido Mares Guia, fez um empréstimo no Banco Rural para saldar o débito. Mares Guia confirmou o crédito tomado, mas disse que o valor seria de R$ 500 mil. Ele ainda informou que não sabia do envolvimento de Marcos Valério no pagamento da dívida.

O ex-coordenador de campanha Cláudio Mourão não foi encontrado para comentar o assunto. Já o empresário Marcos Valério não quis falar sobre a denúncia.

Ao depor na CPI dos Correios, na terça-feira, Mourão disse que usou caixa 2 na campanha de Azeredo, ao governo de Minas em 98. Afirmou que foram gastos R$20 milhões e declarados apenas R$8,5 milhões ao Tribunal Regional Eleitoral. Ele reconheceu ainda que R$11 milhões - mais da metade dos recursos gastos na campanha - foram repassados por Valério, apontado como um dos operadores do caixa dois do PT.

Segundo ele, no entanto, Azeredo só foi informado do esquema de caixa 2 após o fim da campanha. O esquema descrito pelo ex-tesoureiro tucano é similar ao operado por Valério e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares para fazer repasses a parlamentares da base do governo Lula entre 2003 e 2004. Mourão também confirmou que usou o dinheiro repassado por Valério para pagar serviços prestados pelo publicitário Duda Mendonça à campanha de Azeredo e de Clésio Andrade, hoje vice-governador de Minas. Ele informou que pagou R$4,5 milhões a Duda, mas a maior parte das despesas, R$3,8 milhões, não foi registrada.

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