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Renan disse não conhecer Baiano e negou ter recebido propina. | Jane de Araújo/Agência Senado
Renan disse não conhecer Baiano e negou ter recebido propina.| Foto: Jane de Araújo/Agência Senado

O lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, relatou à Procuradoria Geral da República ter realizado pagamentos de propina ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e ao líder do governo na Casa, senador Delcídio do Amaral (PT-MS), no contrato de afretamento do navio-sonda Petrobras 10.000. De acordo com a delação premiada, o petista e o peemedebista teriam dividido US$ 6 milhões com Jader Barbalho (PMDB-PA) e o então ministro das Minas e Energia Silas Rondeau − afilhado do PMDB do Senado no cargo.

Os pagamentos teriam sido feitos, segundo Baiano, entre 2006 e 2008. O operador dos pagamentos, de acordo com o delator, foi o paraense Jorge Luz, uma espécie de decano dos lobistas que atuavam na Petrobras.

No depoimento de 10 de setembro, Baiano relatou aos procuradores uma conversa, em 2010, com o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Naquela ocasião, Baiano foi ao escritório político de Cunha no Rio para pedir apoio para pressionar outro lobista, Julio Camargo, a respeito de pagamentos atrasados de propina relativos ao contrato de um segundo navio-sonda, o Vitória 1.000. Ali, Baiano revelou ao parlamentar que Renan e Jader Barbalho tinham recebido “comissão” do contrato do Petrobras 10.000.

Indagado pelos procuradores se também havia mencionado Delcídio e Rondeau na conversa com Cunha, Baiano disse que preferiu citar apenas os senadores do PMDB ao deputado.

O Jornal Nacional, da TV Globo, noticiou na edição da última sexta-feira (16) que o senador Delcídio Amaral ainda recebeu US$ 1,5 milhão de propina pela compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. O dinheiro teria sido usado para a campanha do petista ao governo do Mato Grosso do Sul.

A informação baseia-se em outro depoimento dado aos procuradores. Conforme a reportagem, citando o delator, o suposto pagamento a Delcídio ocorreu devido à influência dele na indicação de Nestor Cerveró para a diretoria internacional da Petrobras.

Outro lado

Por meio da assessoria, o presidente do Senado disse não conhecer Baiano e negou ter recebido propina. Ressaltou ainda jamais ter autorizado terceiros a utilizarem seu nome. Jader afirmou que nem sequer sabia da existência de Baiano e que nem era senador na época do contrato mencionado.

Em nota, o senador Delcídio Amaral afirmou ser “absurdo” e “muito estranho” que seu nome tenha sido citado novamente na Lava Jato. Ressaltou que no período dos contratos mencionados, entre 2005 e 2006, era presidente da CPMI dos Correios e tinha virado “persona non grata” por todos que eram investigados na ocasião. Disse que foi apresentado a Baiano na década de 1990 por um empresário, mas que não teve mais contato com ele. Silas Rondeau e Jorge Luz não foram encontrados.

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