Turismo
Senador peemedebista recusa ministério para não dividir a legenda
O senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) afirmou ontem que recusou o convite da presidente Dilma Rousseff para ocupar o Ministério do Turismo. A pasta é da cota do PMDB da Câmara Federal e hoje é comandada por Gastão Vieira, que deixará o posto em breve para concorrer à reeleição a uma cadeira de deputado.
"Não quero ser motivo de divisão para o partido", justificou o senador. Vital do Rêgo disse que se sentiria "desconfortável" em comandar o ministério porque poderia "invadir" o espaço reservado ao partido na Câmara. O PMDB tem atualmente cinco ministérios, sendo que dois deles, Turismo e Agricultura, são da cota dos deputados que estão em pé de guerra com o Planalto. No Senado, os peemedebistas ainda não estão rebelados contra Dilma. Mas a recusa de Vital do Rêgo mostra que o partido está unido.
O senador afirmou ter recebido convite para ocupar o Turismo no em 27 de fevereiro. Mas, após conversar com a cúpula do partido na Câmara e no Senado, declinou o posto. Vital, que tem bom trânsito entre os deputados peemedebistas, havia sido escolhido pelas bancadas da legenda na Câmara e no Senado para o Ministério da Integração Nacional, que ficou vago em outubro quando o PSB deixou o governo. Mas Dilma, na ocasião, rejeitou o nome do senador iniciando a atual crise com o PMDB.
A presidente queria emplacar na Integração Nacional o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE). Com isso, tiraria Eunício da disputa pelo governo cearense o que daria um palanque único para Dilma no estado ao apoiar apenas o nome da escolhido pela família Gomes, do Pros, à sucessão estadual.
Das agências
A bancada do PMDB na Câmara dos Deputados, em reunião de 50 dos 76 parlamentares da legenda, aprovou ontem uma moção de apoio ao líder do partido na Casa, Eduardo Cunha (RJ), ameaçado pelo Planalto de sofrer "isolamento" no Congresso. Os peemedebistas também referendaram a posição de Cunha de reavaliar a aliança com o PT para a reeleição da presidente Dilma Rousseff. A bancada defendeu a convocação de uma reunião da Executiva Nacional do partido para discutir a continuidade da parceria. Outra decisão do PMDB foi autodeclarar-se "independente" nas votações.
O encontro, realizado a portas fechadas, foi marcado por fortes críticas a Dilma e a seu vice, Michel Temer, que é presidente licenciado do PMDB, mas que tem sido acusado de privilegiar os interesses do governo em detrimento dos do partido.
"A bancada de deputados federais do PMDB decidiu aprovar moção de apoio e irrestrita solidariedade ao líder reeleito Eduardo Cunha, vítima de agressões despropositadas do PT", afirmam os peemedebistas em nota oficial.
Cunha ganhou ainda um apoio de peso. O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), saiu em defesa do colega e classificou de "impossível" o isolamento do líder do PMDB, que representa a bancada de 76 deputados. Alves afirmou ainda que "isso [isolar Cunha] não passa pela cabeça do PMDB". "Impossível isolar o líder da bancada de 76 deputados federais. Pode haver dificuldades, estremecimentos, mas faz parte do jeito político. Isolar o líder do PMDB? Isso não passa pela cabeça do PMDB", disse o presidente da Câmara.
O Planalto tem trabalhado para isolar Cunha depois que ele protagonizou uma guerra verbal com petistas ao manifestar as insatisfações com o Planalto por causa das negociações da reforma ministerial e com a composição dos palanques regionais. O governo avalia que Cunha extrapolou ao tornar públicas as críticas ao governo e também ao liderar a formação do "Blocão" composto por sete partidos da base aliada insatisfeitos com o governo Dilma e mais uma legenda oposicionista.
Pré-convenção
Os peemedebistas insatisfeitos voltaram ainda a dizer que já têm o número necessário de apoios para realizar uma pré-convenção nacional da legenda para debater o quanto antes o apoio ou não à reeleição de Dilma. A convenção oficial só pode ser realizada em junho.
Vice-líder do partido defende apoio a Aécio
Agência EstadoO vice-líder da bancada do PMDB na Câmara dos Deputados, Leonardo Picciani (RJ), chegou ontem à reunião dos peemedebistas defendendo a "alternância de poder" e o apoio do partido à candidatura à Presidência do senador tucano Aécio Neves. Segundo Picciani, a economia "não vai bem" e o PMDB do Rio não aceitará palanque "múltiplo" no estado. "Há um desejo do PMDB [do Rio] de apoiar a candidatura do senador Aécio Neves", declarou.
Leonardo Picciani é filho de Jorge Picciani, presidente do diretório estadual do PMDB no Rio, que já declarou a intenção de apoiar o senador tucano na corrida presidencial. "O PMDB do Rio não estará num palanque múltiplo, quer um palanque único", disse Leonardo Picciani.
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