A bancada do PT no Senado começa a discutir às 18h desta segunda-feira (30) o impacto da prisão do senador Delcídio do Amaral (PT-MS). O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), disse que os “fatos são extremamente graves e necessitam investigação”.
Na semana passada, na sessão do Senado sobre a prisão de Delcídio, o PT votou contra a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) e a favor do colega petista. Dos 13 senadores, apenas Paulo Paim (PT-RS) e Walter Pinheiro (PT-BA) votaram em apoio à decisão do STF.
Mas Humberto Costa disse que não há “contradição” entre a posição da bancada e a do presidente do partido, Rui Falcão, que em nota disse que não era o momento de manifestar solidariedade a Delcídio. A nota gerou críticas. “O partido se posicionou sobre o mérito, o fato. Não há uma contradição (entre a posição do partido e a da bancada), porque há razões diferentes. A bancada se debruçou sobre a constitucionalidade de outro Poder decretar a prisão de um parlamentar em flagrante. Ninguém aprovou o que está relatado naquela fita”, disse, afirmando que a discussão era constitucional.
Perguntado sobre a abertura de um processo no Conselho de Ética contra Delcído, o líder do PT disse apenas que a bancada se manifestará, mas não disse se votaria contra ou a favor ao processo. “Os fatos que foram divulgados são fatos extremamente graves, sem dúvida, e certamente necessitam uma investigação. Obviamente que, se for apresentado algum requerimento no Conselho de Ética, vamos nos posicionar sobre isso, sem nenhuma dúvida”, afirmou Humberto Costa.
Sobre as novas informações envolvendo um pagamento de R$ 45 milhões ao presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pelo banco BTG, de André Esteves, ele disse serem graves. Documentos com essas informações foram encontrados na residência de Diogo Ferreira, chefe de gabinete de Delcídio e também preso pela Polícia Federal. “É um fato que precisa ser devidamente investigado”.
A bancada do PT quer definir até amanhã a substituição de Delcídio no comando da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado e ainda no cargo de líder do governo no Senado. Ele disse que essa segunda vaga deve ser definida em reunião com o ministro da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini.
A tendência é que o líder do governo no Congresso, senador José Pimentel (PT-CE), acumule a função de líder no Senado. No caso da CAE, há vários senadores ligados a questões econômicas, como Walter Pinheiro, Lindbergh Farias (PT-RJ), que foi presidente da CAE na gestão passada, e a ex-ministra Gleisi Hoffmann (PT-PR).