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Algumas categorias profissionais podem se sentir contempladas na Câmara Municipal de Curitiba. Dos 38 vereadores, três foram eleitos com base nos sindicatos em que atuam e dois se consideram representantes de categorias dentro do Legislativo municipal. Apresentação de projetos de lei e pedidos à Prefeitura são instrumentos usados para defender as reivindicações dos trabalhadores que representam.

Há 24 anos com mandato, Jairo Marcelino (PDT) diz que há 12 é o "vereador dos taxistas". "Eles me escolheram como representante. Apresento as reivindicações deles aqui na Câmara e também na Prefeitura", diz. As discussões sobre a regulamentação do serviço de táxi sempre passam pelo vereador. A última lei foi votada há dez anos e, agora, deve ser atualizada, incluindo, por exemplo, os automóveis com quatro portas, há muito tempo nas ruas, mas ainda não na lei.

Curitiba tem 5 mil taxistas. Destes, o vereador garante que recebeu ao menos o voto de 4 mil. Ele foi eleito com 11.500 votos na última eleição.

Outra lei apresentada por Marcelino em 2003 para beneficiar a categoria dos taxistas foi a que prevê que a viúva de um motorista funcionário (chamado de motorista colaborador) tem direito a uma licença de táxi se o marido morreu vítima de violência no exercício da profissão. Desde a aprovação da lei, aconteceram três casos. Marcelino foi eleito pela primeira vez em 1982, quando era motorista de ônibus, mas hoje não mantém ligação com os antigos colegas.

Quem é o representante dos motoristas e cobradores no Legislativo curitibano é Valdenir Dias (PMDB). Advogado do sindicato dos motoristas e cobradores de Curitiba há 15 anos, Dias foi eleito pela primeira vez em 2004, com 6 mil votos –boa parte vinda da base deste sindicato.

O vereador apresentou a proposta do Dia do Motorista, em 25 de julho, já aprovada, e agora espera a votação de outro projeto de lei que garante o emprego de cobradores, impedindo a substituição deles por cobrança eletrônica nos ônibus. "Até quando pedimos sinalização melhor nas ruas para a Prefeitura estamos pensando na melhoria da condição de trabalho deles", afirma Dias.

Dois vereadores foram eleitos em 2004 vindos da presidência de seus sindicatos. Professora Josete (PT) foi presidente do Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Curitiba, liderando protestos por aumento de salários. Agora, faz a mesma reivindicação no parlamento. Ela fez oposição, com o apoio do sindicato, ao recente aumento, de 6%, autorizado pela Câmara aos servidores. O sindicato e a vereadora defendiam o repasse integral das perdas históricas dos salários, de 18,7%. Também apresentou projeto de lei limitando o número de alunos em sala de aula e outro para implementação de um plano municipal de educação.

Manassés Oliveira (PPS) é até hoje presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Asseio e Conservação, liderando uma categoria de 25 mil trabalhadores. Foi praticamente com o voto deles que se elegeu vereador em 2004, com 9.242 votos. Apesar de apresentar algumas reivindicações, principalmente na área de saúde e educação, das quais os trabalhadores da sua base são usuários, Manassés sente-se um pouco frustrado por não poder lutar por questões mais profundas da classe, como melhoria do salário mínimo e mudanças na legislação trabalhista.

Até por isso, resolveu tentar um vôo mais alto e será candidato a deputado federal. "Tem várias questões que penso apresentar, mas são do âmbito federal. São proposta de geração de emprego e de melhoria salarial, que são mais importantes para a categoria dos que as leis municipais", diz Oliveira.

Mesmo eleito, Oliveira é ainda mais sindicalista do que vereador. Além de continuar na presidência do sindicato, é diretor da federação da categoria e da Força Sindical. "Sempre trabalhei com limpeza. Meu primeiro emprego, aos 18 anos, foi de serviço de limpeza, em 1981", lembra o vereador, que está afastado das suas funções profissionais desde 1988, quando foi eleito diretor do sindicato.

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