Os membros da bancada evangélica da Câmara Municipal de Curitiba (CMC) se preparam para cobrar uma posição do prefeito Gustavo Fruet (PDT) sobre a divulgação de eventos com a temática de casamento homoafetivo. A reunião deve ocorrer esta semana e foi articulada pelo líder do prefeito na Câmara, Pedro Paulo (PT) nesta segunda-feira (6), quando a bancada se preparava para assinar uma moção de repúdio à postagem no Facebook da prefeitura que informava a modalidade homoafetiva no casamento coletivo a ser realizado em 6 de dezembro, na Arena da Baixada.
O objetivo do grupo é que "o prefeito tenha um posicionamento para passar à comunidade religiosa", segundo a vereadora Noêmia Rocha (PMDB). Ela explica que o problema não é a divulgação do evento, mas incentivar algo que ela acredita ser contra os princípios cristãos de casamento.
Valdemir Soares (PRB) reforça que a reivindicação da bancada é que a Prefeitura "não use a máquina pública para fazer apologia a uma situação que não agrada a todos", e reforça que o problema foi executivo ter divulgado o casamento homoafetivo "como se fosse uma coisa para todos".
Autora da proposta, a vereadora Carla Pimentel (PSC) protestou contra a "apologia ao casamento homoafetivo" em seu discurso que desencadeou a polêmica no plenário, na última quarta-feira (1.º). À reportagem, ela disse ter retirado sua moção de repúdio da pauta entendendo que o prefeito sinalizou um diálogo.
Prefeitura
A prefeitura confirmou a reunião e disse estar aberta a receber vereadores e conversar sobre as políticas para a área, no que é considerada uma "conversa normal", segundo a assessoria de imprensa. O líder do prefeito, Pedro Paulo, considera que o encontro é para "desfazer um mal entendido" e ressalta que é necessário respeitar direitos tanto de opinião quanto de união.
Movimento LGBT
O Coordenador da ONG Dom da Terra, Marcio Marins, considera o protesto dos vereadores improcedente, por ser uma questão de equiparação de direitos. "Nós [LGBT] não queremos obrigar nenhum pastor a fazer casamento homossexual na sua igreja", diz, explicando que o tema se resume à esfera da legislação.
A posição é reiterada pela presidente da Comissão de Diversidade Sexual da Ordem dos Advogados do Brasil do Paraná (OAB), Ana Carla Harmatiuk Matos, que considera que a ação da prefeitura não chega nem a ser uma política afirmativa, "foi apenas uma igualdade formal".
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