Marco Feliciano: símbolo da bancada evangélica em 2013| Foto: Alan Marques/Folhapress

A Frente Parlamentar Evangélica da Câmara dos Deputados projeta um crescimento de 30% nas eleições do ano que vem. Espera passar dos atuais 73 parlamentares para até 95 – ocupando algo em torno de 18% das 513 cadeiras disponíveis. Especialistas não acham difícil que isso ocorra, pois o grupo nunca teve tanta força.

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"A presença dos evangélicos nunca foi tão grande. O debate [pautado pelo grupo] cresceu em eleições e no Legislativo", afirma a cientista política e professora da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) Maria do Socorro Sousa Braga.

Os evangélicos representam atualmente 22% de toda a população brasileira, segundo o IBGE. Seu voto é marcado pela fidelidade a líderes religiosos. "Há um confronto [dos evangélicos] em relação às questões morais e novos posicionamentos [de grupos LGBT]. Nesse debate os evangélicos são reforçados por integrantes de outras religiões também. Vários representantes católicos passam a apoiar as teses desses parlamentares", diz Maria do Socorro.

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A professora da UFSCar lembra que, no caso dos candidatos à Presidência, sempre há uma tentativa de aproximação estratégica com os grupos religiosos. Ela diz que tal aproximação, porém, tem de ser feita de forma moderada a fim de não causar rejeição de outros eleitores.

Pautas

Além de questões como o aborto e o casamento gay, os representantes dos evangélicos no Congresso tem outras áreas de interesse, como a de concessões de rádio e tevê. Há ainda projetos específicos caros ao setor. Um deles é o que dá poder às igrejas para contestar leis por meio de recursos ao Supremo Tribunal Federal. O texto já passou pela Comissão de Constituição e Justiça e aguarda agora o crivo de mais uma comissão antes de ir a plenário.

O presidente da Frente Parlamentar Evangélica, deputado João Campos (PSDB-GO), afirma que a atuação cada vez maior dos evangélicos no campo da política vai ajudar a impulsionar a expansão da bancada.

O pastor Marco Feliciano (PSC-SP), que ficou conhecido após comandar durante este ano a Comissão de Direitos Humanos na Câmara, se coloca como um dos responsáveis pelo eventual crescimento do número de deputados ligados a religiões no ano que vem. "A minha participação na Comissão despertou católicos, evangélicos e espíritas", afirma Feliciano, segundo quem já há uma forte procura de outros políticos para que ele apareça em parcerias em santinhos no ano que vem.

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Feliciano protagonizou, na presidência da Comissão de Direitos Humanos, uma série de polêmicas – foi alvo de protestos constantes – e conseguiu aprovar no colegiado até projetos tidos como homofóbicos.