• Carregando...
Reunião da bancada paranaense na Câmara dos Deputados, em Brasília, no início do ano: gasto semestral ficou abaixo do teto de R$ 4,57 milhões. As despesas com combustível, telefone e divulgação chegaram a R$ 1,52 milhão | Wenderson Araujo/ Gazeta do Povo
Reunião da bancada paranaense na Câmara dos Deputados, em Brasília, no início do ano: gasto semestral ficou abaixo do teto de R$ 4,57 milhões. As despesas com combustível, telefone e divulgação chegaram a R$ 1,52 milhão| Foto: Wenderson Araujo/ Gazeta do Povo

Na fronteira

Sperafico usa R$ 24,8 mil em segurança

Receoso com a violência na fronteira com o Paraguai, o deputado federal Dilceu Sperafico (PP) passou a destinar parte da cota mensal a que tem direito à segurança. No primeiro semestre, ele pagou R$ 24,8 mil a duas empresas do setor – Constrol Conservação e Serviços e Astec Monitoramento de Toledo. "Passei a tomar mais cuidado depois que sofri uma abordagem suspeita durante uma viagem à noite de carro entre Foz do Iguaçu e Toledo", diz.

Sperafico disse que contratou os serviços para monitorar seu escritório em Toledo, no Oeste. Além disso, utiliza segurança pessoal em alguns casos. "Quando chego de madrugada a Foz e ainda preciso me deslocar, um segurança me acompanha. Passei a usar o serviço há pouco tempo, a situação de violência na região não está fácil." (AG)

Giacobo recorre a táxi aéreo

O deputado paranaense Fer­­nando Giacobo (PR) gastou R$ 40,5 mil no primeiro semestre com o fretamento de aviões para viagens pelo interior do Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Mato Grosso do Sul. As notas apresentadas à Câmara são referentes aos meses de fevereiro, abril e maio. Ele disse que usou o transporte para divulgar a Lei do Sacoleiro (11.898/09), cujo projeto ajudou a elaborar.

Leia a matéria completa

  • Confira os gastos dos 30 deputados paranaenses

Os 30 deputados federais do Paraná concentraram os gastos relacionados ao exercício do mandato no primeiro semestre com combustível, telefone e divulgação. As despesas com os três itens chegaram a R$ 1,52 milhão, equivalente a 49% do total de R$ 3,08 milhões reembolsados à bancada. A soma está bem abaixo do teto de R$ 4,57 milhões que os representantes do estado tinham disponível proporcionalmente no período.

Veja a tabela com os gastos de cada deputado

Os paranaenses gastaram R$ 532.760,37 com telefonia, R$ 501.304,81 em divulgação e R$ 485.961,40 em combustíveis. As despesas são compartilhadas entre os escritórios regionais e os gabinetes em Brasília e podem ser discriminadas em 12 itens. Só com o valor ressarcido para combustível é possível comprar 180 mil litros de gasolina (a R$ 2,70 o litro) – o que daria para fazer cerca de 615 viagens de ida e volta entre Curitiba e o Distrito Federal em um automóvel com autonomia de dez quilômetros por litro.

"Deputado do interior sofre mais porque precisa se deslocar mais", diz Assis do Couto (PT). Segundo deputado do estado com mais gastos no período (R$ 150.651,40), ele mora em Planalto, município do Sudoeste que faz fronteira com a Argentina, e viaja toda semana para Brasília. "Só de carro, faço até 12 mil quilômetros por mês para percorrer os municípios da minha região. Além disso, tem as 15, até 20 horas entre voos e conexões para chegar a Brasília."

Os cinco deputados com mais despesas são do interior (veja a lista ao lado). Assim como Assis do Couto, o deputado que somou mais gastos (R$ 165.989,73), Nelson Meurer (PP), também é do Sudoeste (Francisco Beltrão). "Moro a 500 quilômetros de Curitiba e ainda represento 90 municípios. O volume dos meus gastos está dentro da normalidade", diz Meurer.

O levantamento reúne dados consolidados da organização Transparência Brasil, que utiliza a prestação de contas dos próprios congressistas à Câmara, divulgados no site www.camara.gov.br. As informações são referentes ao período entre 1.º de fevereiro (data da posse da atual legislatura) e 7 de julho.

Cotão

Por mês, cada um dos 513 deputados tem direito a uma Cota para Exercício da Atividade Parlamentar (Ceap), conhecida como "cotão". Os valores são diferentes entre os estados devido ao custo das passagens aéreas. A menor cota é a do Distrito Federal (R$ 23.033,13), a maior é a de Roraima (R$ 34.258,50), enquanto a paranaense é de R$ 29.154,13.

O "cotão" foi instituído em ju­­lho de 2009, como uma resposta ao escândalo das passagens aéreas. Na época, foi revelado que quase metade dos deputados havia emitido bilhetes às custas da Câmara para parentes, amigos e artistas – o caso mais famoso envolveu a apresentadora Adriane Galisteu, que recebeu passagens do deputado Fábio Faria (PMN-RN). Até então, todos os parlamentares tinham direito igualmente a R$ 15 mil mensais para cobrir oito tipos de despesa, além de um valor extra para passagens.

Quinto paranaense que mais gastou no período, o novato Edmar Arruda (PSC), de Maringá, diz que tem dificuldades para adequar as despesas com voos. "Procuro fazer reservas com pelo menos 40 dias de antecedência para pagar mais barato. E, pelo preço, nem sempre é possível viajar nos melhores horários", diz Arruda.

Deputado mais econômico do estado, Rubens Bueno (PPS) diz que utiliza a cota "na medida do necessário" e que também procura promoções de hotéis e passagens. "Não vou gastar o limite só porque está disponível, nem o mínimo só para dizer que não gastei", justifica Bueno. Ele usou R$ 36.324,61 no período, pouco mais do que o valor de apenas uma cota mensal a que tem direito.

Na conta entre fevereiro e julho (seis meses cheios), cada paranaense tem direito a R$ 174.924,78. Nenhum ultrapassou esse limite. Em um cálculo proporcional até o dia 7 de julho (cinco meses e sete dias), esse valor ficaria em R$ 152.353,84. Pelas regras da Câmara, no entanto, o que vale é a soma anual dos gastos – despesas eventuais acima do limite podem ser compensadas ao longo dos meses.

O "cotão" não tem qualquer relação com os salários dos deputados. Cada parlamentar também recebe por ano 15 salários de R$ 26,7 mil por mês, mais R$ 60 mil mensais de verba de gabinete para contratar funcionários. Há ainda o auxílio-moradia de R$ 3 mil mensais para os que não moram em residências funcionais em Brasília e uma cota gráfica para reprodução de documentos de R$ 15 mil mensais.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]