Ao menos cinco projetos que são bandeiras da gestão do prefeito e candidato à reeleição Gustavo Fruet (PDT) começarão a sair do papel apenas no final deste ano. Eles devem ser colocados em prática pelo próximo prefeito de Curitiba (seja ele o próprio Fruet ou não) a partir de 2017. Entre os projetos, estão ações que tem tudo a ver com o discurso do prefeito de incentivo a modais alternativos de transporte, como o bike-sharing (compartilhamento de bicicletas) e o car-sharing (compartilhamento de veículos elétricos).
Além destes dois projetos, há ainda uma herança que exigirá a atenção do próximo gestor municipal, um novo modelo de gestão do lixo, e um projeto demandado há tempos pela população, a revitalização da Avenida Manoel Ribas.
Existe também outros projetos que não fazem parte das bandeiras de Fruet, mas que ficarão para o próximo prefeito colocar em prática, como a nova licitação de radares da capital e o término da Linha Verde.
Fruet defende “processo contínuo” no planejamento da cidade
A campanha do candidato à reeleição Gustavo Fruet (PDT) afirmou que o prefeito defende que o planejamento da cidade seja um processo contínuo e não algo considerado apenas no período de uma gestão.
“Além disso, a atual administração teve que assumir uma série de responsabilidades em meio a uma grave crise econômica sem precedentes. Mesmo assim, concluiu e pagou mais de 90% de todas as obras da Copa e iniciou o lote 3.1 da Linha Verde Norte com recursos próprios, já que o governo federal que era parceiro no projeto não honrou compromisso”, explicou a assessoria de imprensa do candidato.
Segundo a assessoria de Fruet, é importante ressaltar que cada um dos casos levantados pela reportagem tem especificidades que tiveram trâmites diferentes. “A obra da avenida Manoel Ribas, por exemplo, aguardava recursos do ParanaCidade, do governo de estado”, exemplificou. De acordo com a nota da campanha, depois de várias tentativas sem sucesso junto ao programa estadual, a revitalização será agora financiada com recursos próprios do tesouro municipal e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
O prefeito ainda argumentou que “desatou vários nós” deixados por gestões anteriores, como a regularização de mais de 12 mil lotes de famílias e a finalização das obras da Linha Verde Sul, além da retomada do trecho Norte da obra. “Na Saúde, foi reaberta a Maternidade Bairro Novo que estava desativada porque o modelo que foi firmado em outras gestões não se sustentou”, argumentou.
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Conheça alguns dos projetos que ficarão nas mãos do próximo prefeito
Prorrogada pela segunda vez, a Proposta de Manifestação de Interesse (PMI) para três linhas de eletromobilidade da capital termina dia 30 de setembro, próxima sexta-feira. Essa etapa tem sido utilizada por gestores como uma espécie de pré-edital, no qual o mercado aponta a viabilidade técnica do projeto e caminhos para o edital definitivo. As soluções mais comuns nesse campo têm sido de Veículos Leves Sobre Trilhos (VLT) ou Pneus (VLP). A consulta foi aberta para as seguintes rotas: uma rota livre (sugestão), linha CIC à Estação Centro de Feiras, no Parque da Imigração Japonesa (ou até o Aeroporto), Barreirinha até a Marechal Floriano, Aeroporto ao Centro Cívico e Atuba até o Tatuquara. Após o final da PMI, a área técnica do município deverá analisar as propostas como base para o lançamento de um edital de licitação. A expectativa da atual gestão é de que o edital seja lançado até o final do ano. Vale lembrar que a existência da PMI não é garantia da execução do projeto. A PMI do metrô, por exemplo, outra bandeira do Fruet, selecionou um dos quatro projetos apresentados em 2013. E agora o metrô não é mais a prioridade do plano de governo do prefeito.
A prefeitura informou, nesta segunda-feira (26), que deve começar em 2017 a obra. É considerada pelo próprio prefeito como uma das obras mais importantes para a cidade. O edital de licitação para a contratação da empreiteira responsável foi publicado na semana passada. A obra pretende contemplar um trecho de 3,2 km entre o Contorno Norte e a Rua Madre Clélia Merloni. A revitalização é financiada parte pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), parte pelo tesouro municipal.
Na próxima quinta-feira (29), termina o prazo para que a concessionária que demonstrou interesse em gerir o sistema de compartilhamento de bicicletas, o bike-sharing, comprove que possui o know-how necessário e a tecnologia adequada para oferecer o serviço. Se a documentação estiver em dia e os protótipos forem aprovados pela comissão de licitação, até o final do ano o projeto pode começar a sair do papel. A previsão da Urbs é de que a primeira etapa do projeto seja implantada em janeiro. Nesta fase, a empresa contratada deverá montar as primeiras 25 estações e disponibilizar 180 bicicletas.
Edital está marcado para ser aberto até dezembro. Se tudo correr bem, Curitiba pode ter 50 carros elétricos em suas ruas, livres para serem compartilhados, até o fim de 2017 - o prazo inicial era 2016. Duas empresas apresentaram estudos de viabilidade para o car-sharing (ou “compartilhamento de carros”), em resposta ao PMI aberto pela prefeitura. O sistema foi pensado para se conectar com outras formas de transporte. O trajeto de casa até a estação, por exemplo, poderá ser feito de bicicleta e, de lá, o sujeito pegará o carro até o próximo ponto, próximo ao seu trabalho. Outra opção seria usar o veículo público para ir ao mercado e não precisar carregar as compras.
O prefeito Gustavo Fruet tem dito que pretende lançar o edital do novo modelo de gestão do lixo até o final deste ano. Mas, definições sobre o tratamento do lixo e de destinação para aterro devem acontecer somente em 2017. Por ser um edital internacional, ele terá 120 dias de duração. A prefeitura pretende implantar o modelo MBT, sigla em inglês para Tratamento Mecânico e Biológico. Também chamado de biossecagem, será um sistema de separação do lixo recolhido.
Edital para compra de 63,4 mil placas de ruas para Curitiba deve ser lançado nesta semana. É uma nova tentativa para abrir concorrência deste serviço. O primeiro não teve interesse de nenhuma empresa em janeiro. A contratada deverá fornecer, instalar, conservar e manter o sistema de nomenclatura das ruas e praças da cidade.
A prefeitura de Curitiba estuda a abertura de um edital para contratação do serviço de radares para cidade. O tema deve ganhar fôlego em 2017. Ainda, segundo a Secretaria de Trânsito (Setran), não há previsão para publicação do edital. O próximo prefeito de Curitiba terá de tomar uma decisão: manter o contrato atual dos radares das vias da cidade com a Consilux ou chamar um edital para a contratação de uma nova empresa para prestar o serviço. E a conta para um novo contrato pode chegar a R$ 1,6 milhão por mês. Atualmente o serviço é prestado por meio de encampação, deixando a Consilux prestando o serviço “por força do interesse público”. Atualmente o município gasta R$ 464 mil pela cessão e manutenção de 230 equipamentos, dos quais 26 redutores de velocidade, 62 radares de trecho e 142 radares de cruzamento.
Colaboração Raphael Marchiori e Katia Brembatti.
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