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O bandido que mantém mãe e dois filhos reféns em Campinas há mais de 32 horas em Campinas tem um perfil mais perigoso do que a polícia pensava inicialmente. Segundo os policiais, ele tem passagens por roubo, tráfico de drogas e formação de quadrilha. Antes, a informação era de que ele tinha passagem por furto - crime sem uso de arma de fogo. Também foi corrigido seu nome: ele se chama Ivanildo, e não Felipe, e tem 31 anos, e não 26. Para a polícia, este novo perfil torna a situação mais arriscada do que se imaginava. A polícia mantém o sobrenome em sigilo.

De acordo com a polícia, Felipe seria o comparsa do acusado, que conseguiu fugir – a dupla foi surpreendida por um policial à paisana quando roubavam uma loja de jogos eletrônicos no mesmo bairro.

A polícia tenta vencer o acusado pelo cansaço. Segundo o major Luciano Casagrande, o diálogo está difícil já que o acusado está nervoso e falava muito sem dar chance para o negociador. À tarde, houve uma tentativa de trocar uma das crianças por outro colete à prova de balas, mas a negociação não avançou. Segundo uma prima dos reféns, o criminoso deu tiros durante a noite e chegou a ameaçar os reféns com gás de cozinha.

- Ele não está ouvindo o negociador. Estamos deixando que ele retome as negociações - disse o policial.

O imóvel continua com água e energia elétrica cortadas. O homem e os reféns estão em um quarto nos fundos da casa de quatro cômodos. A porta do quarto está bloqueada por um beliche.

O drama da família começou ao meio-dia de terça-feira, quando o acusado de roubo invadiu a residência. A polícia cercou o local e passou a negociar a libertação da mãe, Mara de Sousa, e dos filhos de 10, 7 e 4 anos. No meio da tarde, o menino de 4 anos foi solto em troca de um colete à prova de balas.

O assaltante pede um carro para a fuga. A dona-de-casa se dispôs a servir a ele como escudo na fuga para que seus filhos sejam liberados. A polícia, porém, afirma que só é possível qualquer negociação com a liberação de todos os reféns. Ele interrompeu novamente as negociações e disse aos policiais que só retomará a conversa à meia noite, segundo o major da Polícia Militar Luciano Ferreira Casagrande, que participa da operação.

Segundo o policial, o assaltante tentou colocar a dona-de-casa Mara Souza Thomaz à frente da negociação. A proposta teria chegado aos policiais num telefonema feito pela própria vítima ao celular do marido.

A polícia, porém, descartou a proposta. O major Casagrande afirmou que a postura da vítima dificulta a situação da polícia.

- Essa atitude fortalece as exigências do seqüestrador, que acaba se sentindo dono da situação - disse o policial.

O assaltante invadiu a casa ao fugir da polícia depois de um assalto.

A negociação, conduzida pelo Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), foi interrompida às 5h e retomada no meio da manhã. Pouco depois, porém, o rapaz parou de conversar com os policiais e interrompeu de novo as conversas. Chegou a ligar para o marido da vítima, usando o celular dela, para pedir cigarros, mas não aceitou liberar as crianças em troca.

A polícia afirma que a conversa foi interrompida na madrugada porque o assaltante demonstrou cansaço. Para os policiais, Ivanildo não aparenta transtornos mentais, mas alterna períodos de nervosismo e de calma.

- Temos todo o tempo do mundo e vamos aguardar para que não ocorra nenhuma ação precipitada, nem da polícia, nem dele - afirmou o major pela manhã

O pai das crianças, o frentista Isvaldo Soares de Oliveira, acompanha as negociações na casa da avó dos meninos, na mesma rua. A avó, que sofre de hipertensão, passou mal durante a madrugada e teve de ser atendida pelo Samu. Segundo a polícia, as crianças não entendem o que está acontecendo e querem apenas sair da casa.

- Temos que aguardar com paciência. Nosso objetivo é que todos saiam ilesos - afirmou o tenente João Brás Oliveira.

Ivanildo e um comparsa assaltaram uma loja de games numa galeria do bairro no fim da manhã de ontem e fugiram a pé. Um policial à paisana teria interceptado a fuga e, segundo vizinhos, pelo menos 4 tiros foram ouvidos. Ivanildo pulou muros, passou por um estabelecimento comercial, um terreno baldio e chegou até a residência onde estavam a mulher e seus três filhos. O outro assaltante conseguiu fugir.

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