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André Esteves, do BTG: dinheiro para calar Cerveró viria do banco. | Bruno Poletti/Folhapress)
André Esteves, do BTG: dinheiro para calar Cerveró viria do banco.| Foto: Bruno Poletti/Folhapress)

Além do senador Delcídio Amaral (PT-MS), o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou a prisão do banqueiro André Esteves, do BTG Pactual. Segundo a Procuradoria Geral da República (PGR), o pagamento de R$ 4 milhões ao ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró e de uma mesada mensal de R$ 50 mil, para que ele não firmasse acordo de delação premiada com a força-tarefa da Lava Jato, seria feito por meio do banco. Segundo a PGR, Esteves também teve acesso a documento sigiloso das negociações do acordo de delação negociado por Cerveró – que agora está firmado com a Procuradoria.

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Em depoimento prestado aos procuradores, Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da Petrobras, declarou: “O senador passou a fazer referências a André Esteves, que é ‘quem entraria com a grana’, isto é, que daria suporte financeiro para família do depoente”. Em reunião gravada por Bernardo com Delcídio e o advogado Edson Ribeiro, o senador conta que foi informado por André Esteves que ele havia conseguido um documento com anotações manuscritas de Cerveró, que estava dentro de sua cela. Esteves lhe mostrou o material.

Influente e financiador

O BTG Pactual tem vários negócios com o governo e é um grande financiador de campanhas eleitorais. Em 2014, o banco repassou R$ 31,9 milhões a candidatos de todo o país. Delcídio recebeu R$ 600 mil. O BTG também doou R$ 6,25 milhões para Dilma Rousseff e R$ 5,01 milhões para Aécio Neves.

“O banqueiro André Esteves está na posse de cópia de minuta de anexo do acordo de colaboração premiada ora submetido à homologação, com anotações manuscritas do próprio Nestor Cerveró. Essa informação revela a existência de perigoso canal de vazamento, cuja amplitude não se conhece: constitui genuíno mistério que um documento que estava guardado em ambiente prisional em Curitiba/PR, com incidência de sigilo, tenha chegado às mãos de um banqueiro privado em São Paulo/SP”, escreveu o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, no pedido de prisão ao STF.

Outro lado

O advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, negou que seu cliente, o banqueiro André Esteves, tenha participado das tratativas para subornar o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. “Acho extremamente improvável. Não tivemos acesso, mas certamente ele não participou desse tipo de conversa”, disse Kakay.

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