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André Esteves foi preso nesta manhã em decorrência de uma operação ligada à Lava Jato. | Nacho Doce/Reuters
André Esteves foi preso nesta manhã em decorrência de uma operação ligada à Lava Jato.| Foto: Nacho Doce/Reuters

Preso nesta quarta-feira (25) , o banqueiro André Esteves , do BTG Pactual, teve acesso a documento sigiloso saído da cela do ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, referentes à sua delação premiada. Esse foi um dos motivos para o pedido de prisão do banqueiro pela Procuradoria Geral da República.

Após investigações, a PGR apontou que Esteves havia se comprometido com o senador Delcídio Amaral (PT-MS), também preso, a fornecer pagamento mensal de R$ 50 mil a Cerveró para ele excluir o BTG Pactual e o senador da sua delação premiada.

Em depoimento prestado aos procuradores, Bernardo Cerveró, filho de Nestor Cerveró, declarou: “o senador passou a fazer referências a André Esteves, que é ‘quem entraria com a grana’, isto é, que daria suporte financeiro para família do depoente”.

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Na reunião gravada por Bernardo, com Delcídio e o advogado Edson Ribeiro, o senador conta que foi informado por André Esteves que ele havia conseguido um documento com anotações manuscritas de Cerveró, que estava dentro de sua cela. Esteves lhe mostrou o material.

“O banqueiro André Esteves está na posse de cópia de minuta de anexo do acordo de colaboração premiada ora submetido à homologação, com anotações manuscritas do próprio Nestor Cerveró. Essa informação revela a existência de perigoso canal de vazamento, cuja amplitude não se conhece: constitui genuíno mistério que um documento que estava guardado em ambiente prisional em Curitiba/PR, com incidência de sigilo, tenha chegado às mãos de um banqueiro privado em São Paulo/SP”, escreveu o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, no pedido de prisão ao STF.

Quando é informado do vazamento do documento, Bernardo afirma que deve ter sido tirado da cela de Cerveró, porque não é o mesmo documento que havia sido entregue à PGR, já que possuía anotações manuscritas do ex-diretor.

Na reunião, Delcídio diz que vai falar com André Esteves sobre o acordo, sem especificar detalhes. “Eu cheguei lá, sentei com o André, falei ‘ó André, eu tô com o pessoal. É, eu já conversei com a turma. Já falei com o Edson, vou conversar com o Bernardo’“, declarou o senador.

André Esteves não participou dessa reunião, ocorrida em 4 de novembro, mas Delcídio intermediou para que ele fosse à nova reunião para tratar do assunto, no último dia 19. “É importante que ele veja vocês”, disse o senador. “Se ele vai falar amanhã com o André, vamos ser procurados terça ou quarta-feira no máximo”, comentou o advogado Edson Ribeiro com Bernardo, no fim da reunião.

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